O triste fim do meu diploma




Coisa do passado: a felicidade de Mônica Bichara recebendo o diploma das mãos do querido professor Antônio Dias


Por 8 a 1, o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou ontem à noite a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Só o ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção do diploma.

É de provocar cólicas o que os nossos desembragadores alegaram. A começar pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, que comparou:"Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior na área". (Argh!)

Na lata do lixo

A colega Carmela Talento, que deu o resultado em tempo real no seu blog (Tá liberado ) e em protesto avisa que vai se antecipar e rasgar o diploma, "já que não serva para mais nada mesmo, inclusive porque o papel é muito duro e não dá para a outra utilização para a qual foi relegado".

Se é assim, também vou rasgar meu diploma, conquistado com muito estudo e esforço. Estou chocada com essa decisão, não apenas por questão de reserva de mercado de trabalho, mas pela porta que se escancara para todo tipo de aproveitadores numa área de tamanha responsabilidade como a comunicação.




Suely Temporal também comentou no blogdoriovermelho: "Os bicões de festa e picaretas em geral estão a gargalhar! Será que todo mundo vai pode entrar de graça na nova Fonte Nova? No carnaval teremos que ter mais espaço para a imprensa nos camarotes! É a lei de Murphy. O que está ruim, pode piorar... "




É a treva!





Comentários

  1. Lamento muito a degola do diploma dos jornalistas, independentemente das restrições que fiz em comentário aqui no Pilha Pura, quando o julgamento no STF foi adiado em primeiro de abril último, sobre os argumentos usados por nossa Fenaj para defendê-lo.
    Os Mesquita, do Estadão, os Frias, da Folha, os Marinho, da Globo, devem estar com o coração em festa, pois finalmente lograram a meta pela qual tanto pelejaram.
    Me parece que estamos atravessando uma conjuntura, na qual as corporações empresarias, entrelaçadas com a grande mídia - com a ajuda providencial do STF - estão em franca ofensiva.
    Há poucos dias, não me lembro exatamente onde, falei da ofensiva dos chamados ruralistas no Congresso Nacional, passando o trator por cima da agricultura familiar, da defesa do meio ambiente e da necessidade de se preservar a floresta amazônica.
    Às vezes me bate na cabeça a lembrança dos tempos de euforia do neoliberalismo, quando o Congresso - Luis Eduardo Magalhães era presidente da Câmara, o entreguismo correndo solto com FHC - desamarrou os poucos nós atados pela Constituição de 88, visando a proteção de nossa economia (a derrubada do monopólio de exploração do petróleo foi um dos ítens).
    Ia botar ponto final, mas não aguento a tentação, vou repetir: essa desgraceira só muda com o povo nas ruas.

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  2. Tem razão Jadson. Quando há pacto dos grandes conglomerados com a mídia, a justiça, a elite, enfim, só o povo nas ruas é capaz de enfrentar e reverter injustiças, entreguismo, privilégios de poucos e outras mazelas. Mas há muito tempo que o povo brasileiro não sabe o que é isso, não se mobiliza para nada, deixando tudo rolar na maior apatia. No caso como esse nosso, dos jornalistas, como mobilizar?

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  3. Eu não tava nem conseguindo me expressar pra dizer o que estou sentindo, mas a vontade é mesmo rasgar o nosso suado diploma. Uma votação com Gilmar Mendes envolvido podia resultar em outra coisa? E os interesses dele e seus pares em agradar à tal da mídia gorda? Agora quero saber o que a Fenaj, sindicatos, nós jornalistas vamos fazer para marcar o protesto, mesmo que não mude nada. Mas a opinião pública precisa saber que isso aconteceu, p/q os jornalões e TVs não vão divulgar.

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  4. Jô, bote esse material no Mídia Baiana que tem mais a ver. beijos

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  5. Sugestão acatada. Tá no Mídia Baiana.

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  6. Tô verazmente atordoada! Somos uma classe desorganizada e desmobilizada.
    Se já não nos serve o diploma, a quem reclamaremos? Quem nos vai ressarcir o tempo, o suor, o empenho que gastamos para conseguí-lo?
    E eu, que estava organizando um encontro dos que entraram na EBC em 1979...! Que vamos comemorar?

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