O fotógrafo e músico que virou piloto


Carrilho acaba de fotografar  solenidade de inauguração no Sul do estado e cai  na festa regada a muita comida, especialmente frango, e  bebida à vontade. Sai com uma garrafa de uísque debaixo do braço, um mimo oferecido pelo prefeito da cidade, e pra lá de bebum entra no avião de volta para Salvador, acompanhado de uma jornalista e de outro cara que pega carona, um negão alto, forte e falante.

No ar, o piloto passa mal e, balbuciando, diz que o problema deve ter sido provocado pelo frango que comeu, depois desmaia. O negão fica branco e mudo, a jornalista dá  piriri e Carrilho, anestesiado pelas doses de uísque,  apenas retruca:

- Queeeee fran-go, naaa-da... tooo-do mundo aqui comeu frango...

Com a mesma voz trôpega, Carrilho fala  com o pessoal da torre, acionado pelo piloto antes de apagar. O comando  que vem de lá é para o próprio Carrilho seguir as instruções e pilotar o avião. Ele segue tateando, mas  conduz a aeronave até a capital (acredite!). Perto do aeroporto de Salvador avisa:
- Sóóóó.. não sei ... coooooooo-mo vou con-se-guir freaaar esssssssa coisa!
A torre pede calma.

Na pista, todo o aparato para aguardar o pior foi providenciado (carros de bombeiros, ambulâncias e profissionais de apoio do aeroporto a postos).

Mas eis que o piloto se recupera do desmaio e, ainda tonto, retoma a  direção e pousa.

Nessa história, real, contada pelo próprio Carrilho, fotógrafo e músico dos bons, valeu o ditado: "Deus protege os inocentes" .

Comentários

  1. Carrilho é uma figuraça. Nos meus bons tempos de quase-guanambiense, fiz muitas farras ao som dos irmãos Carrilho e Miltinho, grandes músicos.
    Esse compadre de Nádya Argolo tem é causo, mas esse parece conversa de pescador

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