Carta para a dona da bola


"Quando o carteiro chegou, o meu nome gritou com uma carta na mão...", a música que fez sucesso no período da Jovem Guarda deve parecer bizarra para as novas gerações pós-internet. Pouca gente nova conhece ou já recebeu uma carta pessoal via correio, coisa do século passado, porque hoje a gente só recebe correspondências de cobranças, boletos bancários e cartões de Natal de políticos interessados no nosso voto. Minha colega de trabalho, Mille,  20 e poucos anos, é uma dessas que jamais havia recebido uma carta, mas pode matar a curiosidade da emoção de ver o carteiro. Foi uma carta de outra colega, Zilene, que trabalha no escritório de Vitória da Conquista, que enviou só para zoar com a amiga. 

Abro esse "nariz de cêra" (jargão jornalístico antiguíssimo) é para contar aqui um fato inusitado nos tempos modernos que aconteceu com a minha sobrinha, Michelle Graça,  aproveitando também para homenageá-la e para me gabar (claro) como tia. 

A sobrinha linda aí da foto acabou de passar  pela segunda  vez ( isso mesmo!) no vestibular da UBFa para o concorridíssimo curso de Geofísica (é doida! kkkkk). Na primeira vez, ano passado, ficou entre os 30 primeiros colocados, mas apesar ganhar, ela não levou. Isso porque de 30 vagas para o curso, Michelle ficou de fora por causa da cota racial. Os pais ficaram revoltados porque a filhota havia se esforçado ao máximo, estudava que nem doida e não entrou na ambicionada faculdade devido à "maldita" (para eles) cota. Mas a garota não se abalou, mostrou garra e meteu a cara nos livros de novo. Imaginem a expectativa sobre ela esse ano!

Michelle agora está às voltas com a documentação para se matricular no curso dos sonhos e tem recebido homenagens de todos que acompanharam o seu esforço. Uma delas porém me inspirou para registrar aqui no Pp: a sua ex-colega do curso de inglês, Luma, que hoje mora no Rio de Janeiro, enviou a primeira carta que Michelle recebeu via Correios. Além das  belas linhas escritas à mão ( quem lembra disso?) parabenizando a amiga, Luma enviou um chaveiro com os nomes da UFBa, do curso de Geofísica e da dona da bola. Não é uma fofa?

Comentários

  1. É pra corujar mesmo, Jô! Parabéns pra Michelle e pra mamãe corujíssima Virgínia, que com certeza está vibrando de felicidade.

    Ah! Outro dia, em plena arrumação de mudança, me dei conta da quantidade de cartas antigas, escritas à mão, que guardava (guardo ainda algumas) de recordação e percebi como as coisas mudaram. Minhas filhas só têm cartinhas enviadas por colegas de escola, tipo dever de casa.
    Beijos

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  2. Valeu comadre, mas esqueci de dizer que os pais de Michelle foram colocados contra a parede, porque a chave do carro a caloura já tem. E o veículo?

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