The Economist também manipula

Para dar a impressão de desolação, a famosa revista britânica The Economist apelou para a manipulação de uma foto de Obama inspecionando um trecho de praia na costa da Louisiana, afetado pelo derramamento de óleo no Golfo do México. Vejam a foto publicada e a original, sem cortes, enviada para a imprensa de todo o mundo pela agência Reuters.

E que tal o título?: "O estrago além do vazamento".

A imagem manipulada sugere que Obama está arrasado, perdido, sem ação. Justamente o contrário do que ele vem fazendo: tomando providências para conter os efeitos do vazamento e indo a campo inspecionar.

Comentários

  1. Jadson é ideal para falar sobre o assunto, experiente que é em crítica sobre manipulação da grande imprensa. Fala Jadinho!

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  2. Pois é, Joaninha/Mônica, é que é impossível vc falar dos movimentos sociais e dos avanços democráticos sem esbarrar nas sacanagens da grande imprensa. Até The Economist, do alto da sua excelência, manipula, como mostra a nota de Mônica. De uma maneira sofisticada, mas manipula. Não sei se se pode tomar isso como um elogio, mas, mesmo assim, pelo pouco que sei da revista, tida como o mais respeitado porta-voz do liberalismo esclarecido (será que existe isso?), ela deve dar de goleada na mídia brasileira. Pelo que sei, ela ainda respeita as informações factuais, o que pode ser encarado como uma grande virtude diante do descalabro dos nossos jornais, revistas, TVs e rádios.
    Pelo que venho tentando entender, no fundo, a nossa grande imprensa (exceção para Carta Capital) perdeu todo o resquício de respeito ao leitor, nem a verdade factual vale mais, o que vale, apenasmente (como dizia o prefeitoOdorico Paraguaçu, daquele genial baiano Dias Gomes), é a difusão dos valores capitalistas/direitistas/consumistas e ganhar dinheiro. O resto é resto, não conta.
    Agora mesmo, com esse sufoco/desespero de fazer Serra presidente, estamos vendo coisas de assombrar e a tendência é piorar, claro. O diabo, pra eles, é que agora tem a tal da Internet e a gente – jornalistas, classe média, os de um pouco de escolaridade e dinheiro – acaba sabendo de tudo, ou quase tudo, inclusive as molequeiras da própria imprensa. Em blogs/portais, como os de Luis Nassif, Paulo Henrique Amorim e Azenha, termina aparecendo toda a sujeira da grande imprensa.
    No Fazendo Media: a média que a mídia faz (fazendomedia.com) – blog do Rio com o qual venho colaborando há algum tempo -, vc tem um bom acompanhamento dessa coisa. Só esta semana, por exemplo, ele publicou (postou, não gosto deste verbo) três matérias sobre o assunto:
    1 – Folha inventa cancelamento de atividade de Dilma em Porto Alegre;
    2 – A velha mídia está derretendo;
    3 – Pedágio derruba mais um jornalista – esta é uma matéria pegada do Portal de Nassif, falando da demissão na TV Cultura primeiro de Heródoto Barbeiro e, agora, de Gabriel Priolli (vi também o mesmo caso em Carta Maior).
    Nassif, que não é nenhum militante esquerdista – é sim um jornalista sério, um cara decente -, encerra a matéria dizendo: “Para quem ainda tem dúvidas: a maior ameaça à liberdade de imprensa que esse país jamais enfrentou, nas últimas décadas, seria se, por desgraça, Serra juntasse ao poder de mídia, que já tem, o poder de Estado”.
    É por isso que começam a aparecer por aqui, na nuestra América Latina, programas de TV que se ocupam em desfazer as manipulações da grande imprensa (privada), em emissoras geralmente públicas e/ou estatais. Conheci na Venezuela um deste tipo (La Hojilla, acho que a tradução mais acertada é A Navalha). Há poucos dias li em Carta Maior um artigo de um brasileiro que esteve na Argentina falando de um programa semelhante por lá.
    No Brasil, penso que, infelizmente, está distante o dia em que poderemos ver programas similares numa TV Brasil, por exemplo. Há o Observatório da Imprensa, mas, pelas edições que vi, é fraquíssimo, limitadíssimo.

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  3. Joaninha/Mônica, o comentário foi longo (e ainda saiu duplicado, por BO, burrice do operador, como diria nosso Tarso Soares, lá das terras britânicas), mas vou acrescentar mais uma coisinha, pra dar mais um detalhe sobre nossa grande imprensa.
    Quando estava cobrindo a agressão da PM contra os grevistas da Justiça paulista (última matéria postada no meu blog, publicada também nos blogs Fazendo Media e Ananindeua Debates, de Belém, Pará), peguei um lance junto com um fotógrafo que me disse ser do Estadão (fiz referência na matéria).
    Pois bem, no dia seguinte comprei o Estadão pra conferir: não havia uma única linha sobre o assunto, quanto mais foto!

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