S-anta cunhada!

Minha cunhada “conectada” não abre mais a porta  do banheiro sem usar uma toalha de papel nas mãos e não bebe mais refrigerante com rodelas de limão ou laranja, preocupada com “as milhares de bactérias na casca”.

Ela me ligou para desejar Feliz Ano Novo, mas não deixou de fazer o que mais gosta: me aterrorizar com as inúmeras “advertências” contra tudo, que ela recebe diariamente via e-mails. “Pe-la-mor-de-Deus Jô, se você vai viajar agora nas férias, não use o controle remoto em quartos de hotel, porque a gente nunca sabe o que a última pessoa estava fazendo enquanto navegava nos canais adultos!”,  implorou.

Não gente! Pensei que a minha “e-cunhada” tomou jeito, mas é caso perdido. Ela acredita em tudo que é terror e porcaria que enviam pra ela. Anda tão apavorada que ficou  “maleducada”, como dizia minha avó.  Já não aperta a mão de quem dirige, por que foi “advertida” de que o passatempo predileto de alguém dirigindo é cutucar o nariz.

Dia desses ela me apareceu fedendo feito gambá. Fiquei constrangida, mas não resisti e perguntei se ela estava usando alguma medicação.  Que nada, disse ela, simplesmente deixou de usar “desodorantes cancerígenos”. Pobrezinha da minha cunhada, vive acumulando novas manias desde que aprendeu a usar e-mail. Se eu soubesse que iria dar nisso... se arrependimento matasse eu estava durinha no chão.  Não sei porque cargas d’água fui fazer aquele e-mail pra ela e ensiná-la a usar.

Ah! E na ligação para felicitações de virada do ano a cunhadinha ainda saiu com mais essa: agora guarda a escova de dentes no quarto para não correr o risco de contaminá-la com as bactérias da privada.

Ninguém merece.

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