“Pensamentando” com Béu Machado

Setúbal, Washington Falcão, Raimundo Lima e Capinan
Ontem, quarta, dia 6, foi dia de lembrar o nosso Béu Machado, jornalista bom e querido desta terra da Bahia que se foi muito cedo. Irreverente e cheio de “tiradas”. Tantas que Washington Falcão (autor da “orelha”) garimpou umas 300 e organizou o livro “Pensamentando”, lançado numa noite de alegria, boas lembranças e bom papo entre colegas, amigos e amigas, no acolhedor Grande Sertão. Ilustrações de Setúbal e textos de boas-vindas de Raimundo Lima e Capinan. A renda vai pra Creche Béu Machado, mantida pelos esforços da viúva Maria José (Nenem), com a ajuda dos muitos amigos/amigas que ela e o marido souberam cultivar. A publicação tem o apoio de Quality Cultural/Grupo Aldeia e Idea Design.
Minha lembrança de Béu: eu era iniciante como repórter (no nosso meio a gente fala, ou falava, foca). Béu, já tarimbado no ofício, era copidesque (pra quem não é do ramo, uma espécie de revisor, ou seja, ajeitava o texto dos repórteres, especialmente dos focas). E Béu, pessoa boa que era, além de consertar nossa escrita torta, ainda se dava o trabalho de escrever e botar no mural comentários sobre os erros mais comuns, os vícios dos futuros jornalistas, as besteiras que a gente escrevia, etc, etc, sem citar, claro, os autores dos erros/vícios/besteiras. Eu lia seus ensinamentos com avidez, ficava agradecido e admirado: não desfrutava da sua intimidade e pensava: esse cara é gente boa. Acho que aprendi alguma coisa com ele.
Nossa leve convivência, creio que foi na Tribuna da Bahia e/ou Jornal da Bahia. Sua última fase foi n’A Tarde, “vespertino” no qual não tive a sorte (ou o azar) de trabalhar, trago, aliás, uma espécie de complexo de inferioridade por isto. Porque, pelo menos naquela época, lá pelas décadas de 70/80 do século passado, A Tarde era A Tarde! Jornalista baiano, jornalista baiano MESMO, sem nunca ter servido na redação comandada por “doutor Jorge”, ficava assim meio incompleto, seria uma fraude?  
Até que tentei uma vez, através da companheira Cidélia e seu amigo Aurélio Velame (por sinal, compadre de Béu). Não sei bem o que de fato aconteceu. Consta nos “anais” que um dos então chefes na redação teria vetado meu nome, com uma observação intrigante: eu seria neurótico. Fiquei assim meio descabriado, mais ainda quando minha então mulher Eni me confessou que concordava com o diagnóstico do chefe d’A Tarde.
Bem, em compensação, depois que virei blogueiro/trota-mundo, brilhei nas páginas d’A Tarde numa ampla entrevista feita pelo companheiro Biaggio Talento. E hoje, quinta, dia 7, acabei de saber por nossa Olivinha que estou citado na prestigiada coluna Tempo Presente, do querido Levi Vasconcelos. É a glória!
Maria José (Nenem), a viúva de Béu
Sinval e o casal Machado/Maria da Glória
Teixeira
O empresário Tibério Pithon com uma amiga
Gereba

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