Para reviver Vinícius de Moraes, o Poetinha mais lírico


Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça esses vídeos abaixo, do show antológico gravado em 18 de outubro de 1978 em Milão, na Itália, com  Miucha, Tom Jobim , Vinicius de Moraes e Toquinho.
A beleza do espetáculo por si só merece ser lembrada e está postada pela blogosfera afora, mas fui motivada a fazer essa postagem aqui no pilha também por um bate-papo com o amigo Délio Pinheiro, igualmente a mim, um fã de Vinícius de Moraes, admirador do poeta, músico e, especialmente, da pessoa que era o  Poetinha, que viveu intensamente.
Da conversa sobre o nosso ídolo, sobre os goles de uísque  e os cigarros que ele tragava com tanto gosto, lembrei desse show maravilhoso e tão peculiar, tão distante dos padrões atuais que chega a ser engraçado. Observem o cenário e o comportamento dos artistas, especialmente de Vinícius, que seria trucidado nesses tempos de caça aos fumantes, proibidos de tragar em tudo quanto é canto, apesar de pagar altos impostos (nem quero discutir se é prejudicial à saúde), e mesmo ao ar livre são abordados pelos intolerantes defensores da saúde alheia (Mocofaia que o diga, anda puto com esses tipos de abordagem e conta que certo dia um desses chatos vomitou para Délio Pinheiro o comentário reprovador, “o senhor não está velho para ainda fumar?”, e Moca saiu na defesa do amigo com a maior categoria: “Tá velho mas come c...de perguntador”).
Pois olha que interessante: Vinícius soltinho, soltinho, comandando o show nesse cenário impensável atualmente, com uma mesa coberta por toalha de estampa  de oncinha ou coisa parecida e, sobre ela, o copo de uísque, cinzeiro e maço de cigarros. E  o Poetinha canta entre tragos e goladas.  Êita que se ainda estivesse vivo, o nosso poeta estaria em constante contrariedade com a patrulha antitabagista.
Voltando aos vídeos, esse show é mesmo ontológico, lindo, cheio de graça.


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