O Rio Vermelho não é mais o mesmo sem Ricardo Serrano

Olivinha encerrou a sua homenagem ao se despedir do marido, o seu grande amor e pai da sua filha, Bebel, na tarde de hoje (22), no cemitério Jardim da Saudade. "Posso afirmar de forma taxativa: o Rio Vermelho não será mais o mesmo sem Ricardo". E não será mesmo, Olivinha, porque o bairro perdeu um dos seus mais queridos moradores.
 Ricardo Serrano boêmio,  amigo, tocador de violão, amante da música de Chico Buarque e Caetano Veloso, o fã  apaixonado dos Beatles, o torcedor doente do Bahia, o contador de causos engraçados, muito dos quais ele próprio era o protagonista (publicamos alguns aqui no Pilha), era uma figura leve, incapaz de se alterar nas rodas de conversa com amigos, por mais polêmico que fosse o assunto na "Faixa de Gaza" do Bar de Bahia, onde se reúnem amigos de todos os credos, posições políticas e de diferentes torcidas de futebol.
 Pela leveza de Ricardo - que estava na ativa no Banco do Brasil onde era funcionário de carreira, mas não se mostrava estressado, praticava exercícios físicos e não apresentava problemas de saúde - a sua súbita e precoce partida, ao 54 anos,  deixou a família e todos os que tiveram a oportunidade de conviver com ele em estado de choque. Ninguém acreditava e ainda agora estamos sem entender. Em questão de minutos, a notícia de sua partida, no final da tarde de domingo, correu no bairro e rapidamente os frequentadores de Bahia começaram a chegar no bar, todos atônitos, incrédulos, querendo se certificar uns com os outros, querendo entender o porque do infarto fulminante que levou o amigo.
 Na cerimônia de despedida, a emoção tomou conta de todos quando Olivinha  se despediu de Ricardo, como também quando foi feita a leitura do texto de Dilton, falando das inúmeras qualidades e da forma doce de viver deste boêmio tão marcante na vida de todos que o conheceram.

 "Causos" de Ricardo publicados aqui:
A rabada do bebum
Antenado com a Copa
"A cidade é meu bar, meu bar é a cidade"

Comentários

  1. Pôxa, Jô! Eu também fiquei sem entender quando Délio me contou. Justo ele que parecia tão em forma, sadio...

    A vida e suas armadilhas a nos mostrar que a hora é agora, que não devemos empurrar nada com a barriga, pois pra morrer basta estar vivo

    ResponderExcluir
  2. É isso Mônica, a vida é aqui e agora. Ninguém sabe a hora da partida.
    Deta, saudade de você. Volte logo.bj.

    ResponderExcluir
  3. Pessoal, realmente é inacreditável o fato ocorrido. Tive o prazer, a honra e felicidade de conhecer Ricardo. Fui morador do Rio Vermelho, por muitos anos e deixei muitas amizades que me acolheram muito. E Ricardo , foi um deles, que com seu jeito, só seu, nos encantava com as lindas melodias que todos juntos, num coro só, cantarolávamos. E curtíamos todos no bar do Ronaldo, com portas abertas e a lua a nos olhar. Fica a lembrança de uma pessoa maravilhosa. Que no outro mundo ,para o qual partiu, descanse em paz. Quem escreve estas palavras é Jorge Alves que teve a oportunidade de conhecer Ricardo e Olivinha. Meus pêsamos à família.

    ResponderExcluir
  4. Joana,
    Dentre todas as "cousas" que você já publicou sobre Ricardo, esta, sem dúvida, foi de uma sensibilidade extrema. Agradeço a todos vocês, não pelas palavras de carinho para com ele, porque eu sei, mais do que ninguém, quem era aquele cara! Mas sim, por terem ajudado a povoar o mundo imenso que ele tinha na cabeça e no coração, de maneira tão espetacular. Aproveito para agradecer, individualmente, a Diltão por tão lindo escrito e a Irene, por tão igualmente linda leitura. Pra finalizar, gostaria de pedir pra você publicar o emocionante "não adeus" de Diltão. Beijos e obrigada a todos.

    ResponderExcluir

Postar um comentário