A monstruosidade do linchamento



Revolta, indignação, pavor. São sentimentos que nos assaltam com notícias como a do linchamento da dona de casa Fabiane de Jesus, no Guarujá (SP), confundida com uma suposta sequestradora de crianças, cujo retrato falado circulou pelas redes sociais, apesar não ter havido qualquer registro do crime na cidade. Pior é ver depoimentos, como o de um dos participantes do linchamento, o eletricista Valmir Dias Barbosa, 47 anos, que após ser preso falou diante das câmaras e microfones: “Não sabia se ela era inocente ou não. Aconteceu e aconteceu. Não posso fazer mais nada. Eu também tenho filhos e o papo que rolava é que estavam matando crianças. Não sabia se ela era inocente ou não. A foto era idêntica".

Após confessar participação no crime, o detido disse estar arrependido. Arrependimento que não devolve a vida da vítima e nem repara os danos terríveis causados à família dela, que tinha criança pequena para criar. De acordo com ele, mais de 100 pessoas participaram do linchamento. Uma monstruosidade coletiva inaceitável. 

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