“As comadres” de Emiliano chegam à FLICA dia 27/10

(Capa: Arte de Miguel Cotrim)

Estamos vivendo dias de emoção. Afinal, não é todo dia que nós, jornalistas, saímos dos bastidores da notícia para virar protagonistas. E não é qualquer protagonista não. Viramos personagens do escritor (ou será noveleiro?) Emiliano José, nosso mestre da Academia de Letras da Bahia. E eu ainda mais emocionada por fazer parte também da equipe de edição desse sonho do autor. Aqui no Pilha, parceiro de primeira hora da série #MemóriasJornalismoEmiliano, fazemos uma pequena homenagem/agradecimento ao nosso "compadre" Emiliano. 

(Fotos: Antonio Queirós) 

Carmela Talento: Emiliano José, com toda sensibilidade de escritor, conseguiu juntar essas comadres depois de tanto tempo. Não lembro ao certo se quando cheguei ao Jornal da Bahia as "comadres raiz" Jaciara Santos, Isabel Santos e Mônica Bichara já estavam por lá ou chegaram depois, o certo é que dividimos muitas histórias nas redações do JB e na Tribuna. Ao longo dos anos, algumas dessas histórias resgatadas por Emiliano, que começou com o propósito de escrever o início de sua própria história de início de carreira no jornalismo da Bahia, e acabou por nos instigar a revisitar nossas caminhadas nas redações, em um período em que a gente trabalhava com muita coragem, responsabilidade, amor e dedicação ao jornalismo, profissão árdua, mas instigante e necessária. Nesse contexto acabou também por revelar esse compadrio ao qual fui incluída com muita honra ao lado dessas mulheres fantásticas. Obrigada Jaciara, Isabel, Mônica, Joana, Ana Vieira e Emiliano. 

                                                          Carmela Talento
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Jaciara Santos: Estamos muito honradas com a homenagem prestada por Emiliano José. Foram muitos dias (meses, na verdade) de emoção a cada dia de um novo capítulo da nossa história. Pessoalmente, me senti transportada ao passado, vivenciando alegrias e tristezas, dores e delícias do dia a dia do "fazer jornalístico". Mas, para além da satisfação pessoal, esse livro é um resgate histórico, fundamental à compreensão da história do jornalismo baiano. Indiscutivelmente, nós,  "cumádis", somos parte ativa das #memoriasdojornalismo

Jaciara Santos 

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Isabel Santos: Só orgulho em estarmos compartilhando esta jornada maravilhosa, sempre exercida com muito amor, abnegação, vontade, respeito, ética... Gratidão enorme ao mestre amigo/colega Emiliano por nos proporcionar esse momento ímpar, mostrando seu carinho e generosidade. Talvez Emiliano nem tenha a dimensão da alegria que nos proporcionou (e proporciona) ao nos incluir no seu projeto de memórias do jornalismo. Me sinto muito honrada, grata e feliz. Beijos, meu mestre

Isabel Santos

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Joana D´Arck: Uma honra pra mim integrar esse grupo de jornalistas, mulheres guerreiras, desafiando um universo que era tão masculino e criando trajetórias únicas e igualmente corajosas.
Emiliano José nos brinda com o seu novo livro *"As comadres estão chegando”* que conta sobre essa jornada em comum. Está à venda na Amazon, ebook . Será lançado no dia 27 de outubro, às 10h, na programação da 11ª Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). Estaremos lá com Emiliano participando deste grande momento. Eu e as colegas e amigas Isabel Santos, Jaciara Santos, Mônica Bichara, Carmela Talento e Ana Maria, protagonistas dos capítulos publicados diariamente na página de Emiliano no Facebook, e que resultaram nesse novo livro. Né pra ficar toda orgulhosa, não? Apois, tô muito

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Ana Vieira: O respeito e admiração são indissociáveis,mas há uma ordem natural.A admiração vem em primeiro lugar.É a porta -bandeira.Abre alas para o respeito desfilar .

E haja respeito e admiração para Emiliano José José,meu mestre no Jornal da Bahia,onde comecei a caminhada pela estrada do jornalismo no final dos anos 70.

Obrigada,Vitor Hugo , por trazer para o Bahia em Pauta o lançamento do ebook" As Comadres estão Chegando",obra literåria

do grande escritor e jornalista Emiliano José, com memórias de jornalistas que muito admiro e respeito : Jaciara Santos Mônica Bichara Isabel Santos Carmela Talento e Joana D'Arc.

Ana Vieira

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Mônica Bichara:  Emiliano José nos presenteou com essa homenagem, uma delícia essas memórias. Estamos em festa, o "comadrio" cada vez mais unido pelo jornalismo. Amo essas cumades Jaciara Santos, Joana D'arck, Isabel Santos, Carmela Talento e Ana Vieira. Leiam o livro, vocês vão gostar, é jornalismo com o tom novelesco do mestre Emiliano, cheio de suspense. E o diferencial: com todos os comentários feitos pelos seguidores da série #MemóriasJornalismoEmiliano na página dele do face. Valeu, mestre, muito obrigada por essa emoção. 

Mônica Bichara 

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À venda na Amazon, ebook descreve o início das carreiras de seis jornalistas baianas

Quarto volume da série #MemóriasJornalismoEmiliano, o ebook “As comadres estão chegando” já está à venda na Amazon e será lançado pelo escritor e jornalista Emiliano José no dia 27 de outubro, às 10h, na programação da 11ª Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). O livro foca na abertura das redações dos jornais locais, até então ambientes majoritariamente masculinos, para as mulheres, a partir do final dos anos 1970, início dos 80. E elas foram chegando com tanta vontade que, atualmente, são maioria em alguns veículos, ocupando todos os cargos. 

Foto: Divulgação

As protagonistas dos capítulos, publicados diariamente na página de Emiliano no Facebook, são Isabel Santos, Jaciara Santos, Mônica Bichara, Joana D´Arck, Carmela Talento e Ana Maria Vieira, todas ativas na profissão. Na segunda parte do livro, Jaciara Santos revela suas experiências na editoria de Segurança, o chamado jornalismo policial, com um viés humanizado. O debate “As comadres estão chegando – presença das mulheres no jornalismo baiano” acontece na Flica, que este ano tem como tema “Poéticas Afroindígenas no Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia”, de 26 a 29 de outubro, no Espaço Geração Flica.

“Tais comadres simbolizam a irrupção das mulheres nas redações do jornalismo baiano. E revelam a instituição do comadrio entre elas, tão forte, capaz de me dar um susto, aqui no sentido de estupefação diante de tanta solidariedade entre elas, tanta sororidade, carinho, amizade a atravessar décadas”, confessa Emiliano. 

E complementa: “Descobri mulheres fortes, talentos pouco valorizados. Vi de perto o quanto podem as mulheres no exercício da reportagem. Como são capazes de dividir-se entre os cuidados de suas crias e as tarefas da profissão. Vi como é difícil ser mulher, mãe e profissional de jornalismo. E como elas davam conta de tudo isso. Fosse o caso, chegavam à redação com o bebê num carrinho, e cumpriam as pautas. Afrontaram o machismo sem fazer alarde”. O machismo, observa o escritor, “se não acabou, porque é resistente, sofreu um grande abalo”.

 Novelas 

Emiliano José classifica as protagonistas como coautoras do livro. A exemplo dos outros títulos da série #MemóriasJornalismoEmiliano (“Balança mas não cai”, “Os comunistas estão chegando” e “O violeiro e a filha D´oxum”), o das comadres foi um exercício conjunto, um mergulho nas lembranças de cada uma nas redações, pautas, coberturas e amizades, família, comadrio. Imortal da Academia de Letras da Bahia, o escritor deu asas à imaginação ao transformar as memórias em verdadeiras novelas, emocionantes relatos de uma época do jornalismo, grande parte em plena Ditadura Militar.

Na Nota do Autor, é a vez de Emiliano relembrar: “Isabel já estivera comigo quando de minha primeira candidatura a deputado estadual pelo PMDB, em 1982, jornalista já. Mônica, tão tímida, encontrei no Jornal da Bahia, como Jaciara, também retraída. Estas, as comadres-raiz. As três, desenvolvendo-se na juventude numa mesma região, periferia de Salvador, ali entre a Fazenda Grande, São Caetano, Capelinha sem terem se encontrado. O jornalismo permitirá o encontro. A elas, junta-se Joana D’Arck, também militante do comadrio. E ainda Carmela Talento, com quem trabalhei em duas ocasiões, e Ana Vieira, cujo início como repórter acompanhei, quando chefe de reportagem”. 

O prefácio do ebook é do também jornalista e escritor Elieser Cesar, que de certa forma inspirou Emiliano ao escrever, em 2019, a crônica “As comadres”, sobre a amizade do “quadrilátero comadrístico”, referindo-se às colegas Isabel, Mônica, Jaciara e Joana. “Ai de quem mexer com uma delas! Coitado de quem bulir com uma só das quatro comadres do jornalismo baiano. Mexeu com uma, buliu com todas”, avisa ele, observando que a elas juntaram-se, no livro, Carmela e Ana Maria, abraçadas pelo comadrio. 

 Segurança 

A segunda parte do livro é uma realização pessoal de Emiliano, que sentia falta de uma abordagem sobre o chamado jornalismo policial, considerado o “primo pobre” das editorias. A rica e premiada experiência de Jaciara Santos, ao lado do editor Erival Guimarães, na editoria de Segurança do jornal Correio da Bahia, cumpriu esse papel. O tratamento humanizado da notícia era o diferencial. Contentar-se com o boletim oficial das autoridades policiais, nem pensar. Pré-julgamento, também não. 

A arte da capa do ebook, retratando as comadres em início de carreira, é do designer e publicitário Miguel Cotrim. A foto recente, das seis protagonistas juntas na portaria da Tribuna da Bahia, um dos jornais por onde praticamente todas passaram, é do repórter fotográfico Antonio Queirós, praticamente um compadre do grupo. A edição gráfica do ebook é de Gabriel Galo. Marca dos volumes da série de memórias, todos os comentários feitos pelos leitores na página do Facebook foram transcritos, a exemplo da publicação no blog parceiro, o Pilha Pura de Joaninha.

As comadres e o compadre Antonio Queirós, na portaria da Tribuna da Bahia, relembrando os velhos tempos