E lá vem caruru. Já fui à feira comprar muito quiabo, porque a família é grande e na Sexta-feira da Paixão na casa dos meus pais não pode faltar essas comidas regadas a dendê e leite de côco, como manda a tradição baiana.
Quando eu era menina, "lá em Barbacena" ( passei a infância entre Itambé e Vitória da Conquista) sofria muito nesses dia. Na região não era muito comum a utilização desses produtos típicos. Na minha casa, só tinha prato com dendê, leite, castanha, amendoin, camarão, cebola, gengibre... essa mistureba toda, na Sexta-feira da Paixão. Eu gostava do sabor, mas o intestino de criança desacostumado reclamava todo ano. Dia seguinte, lá estava eu com dor na barriga.
Só a partir dos 10 anos de idade, quando cheguei em Salvador e comecei a comer mais dessas iguarias é que fui me acostumando. Imagine quem é de fora o que não passa.
Ao contrário de você, sempre morei em Salvador e o uso do dendê era constante lá em casa; moqueca de peixe,carne e até de ovo. Mas, do que lembro a Semana Santa durava uma semana e era um tal de comer peixe todos os dias. O sábado, primeiro dia em que se podia comer carne demorava muito a chegar.E prá piorar havia na sexta-feira um tal de feijão de leite, que minha mãe adorava e fazia questão.Graças ao bom Deus,as moquecas e frigideiras o acompanhavam.
ResponderExcluirApesar da raridade do dendê, era assim mesmo a Semana Santa, com peixe todos os dias. A gente rezava para chegar o sábado, quando podia comer uma carne,mas a garotada ficava em alerta, porque os que aprontavam eram jurados e de broncas, castigos e cascudos no Sábado de Aleluia. Meus pais, mesmo diziam: a gente não pode castigar na Sexta da Paixão, mas podem aguardar as contas no sábado (rsrrs). Doce infância. Tempo bom.
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