“A mesa está posta. Há lugar para todos...pôôôôôôôôrrrrrrrrrrra!” , declama o poeta da praça que subitamente se apresenta à nossa mesa, no Bar Quintal (Raso da Catarina), no Campo Grande, parada obrigatória de boêmios, jornalistas, advogados, militantes (alguns conseguem ser as quatro coisas, como foi Irepinga, cliente cativo) engenheiros e principalmente a galera do protesto contra qualquer coisa, isso até o meio da década passada. O auge do bar eu não conheci, no começo dos anos 80, quando Franco comandava, e a política fervia. Mas ainda encontrei Quitério por lá, distribuindo simpatia e servindo um morrito (rum com hortelã) que era a sensação... (veja receita da versão do morrito feito com cachaça)
(Hum!) Dá até pra sentir o sabor da deliciosa carne na tábua com cebola e uma farofa d’água maravilhosa.
“A mesa está posta. Há lugar para todos...pôôôôôôôôrrrrrrrrrrra!”, repete o poeta com ar de irreverência e genialidade. Nelsinho Rios solta aquela gargalhada típica, meio travada como quem ri enquanto dá um "tapa", e repete o poema: “A mesa está posta. Há lugar para todos...pôôôôôôôôrrrrrrrrrrra!” , e a gente ri muito e isso se repete por várias vezes na noite, com todos se divertindo. O bom da farra é assim, quando qualquer coisa, qualquer frase diverte, faz a gente compartilhar alegria com boas companhias e guardar boas lembranças (viu Heraldo, que essa história de conversa inteligente e de alto nível é relativa?) .
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDepois da morte de Irecê é como se esse bar tivesse fechado para sempre. Que graça tem descer as escadarias e não enxergar aquela figurinha, com as mangas da camisa arregaçadas até o cotovelo, pasta e paletó ocupando a cadeira do lado, como se estivesse sempre esperando por alguém para começar a perturbar,jornal aberto sobre a mesa e o copo do lado. Uma imágem dificil de apagar da memória por mais que os anos passem.
ResponderExcluirÉ isso mesmo, Carmelita, Joaninha, companheiras(os), vamos curtir a saudade, "saudade até que é bom, melhor que...", já disse um poeta/compositor (Palhinha?)
ResponderExcluirCom certeza!
ResponderExcluirO Quintal sem Irecê não existe.
É verdade! Só fui lá uma vez depois (aliás, alguns anos depois) e não consegui mais voltar. Impossível não achar que tá faltando a principal figuraça do lugar. Melhor ficar com as lembranças, como essa que Jô relembrou. Porrrrrrrrrrrrrrrraaaaaaa!!!!!!!!!!
ResponderExcluirÉ gente, tamos muitas boas lembranças e saudades mais ainda. E Irepinga faz parte de grande parte das nossas boas lembranças, felizmente. Estive no Quintal com Sinval e até nos divertimos um pouco com uma galerinha nova que estava por lá fazendo um som. Mas realmente o lugar não é mais o mesmo para nós. Nunca mais voltamos. Nem sei como está atualmente.
ResponderExcluirVoltando ao título, lembrei daquele momento no quintal porque ando sentindo falta dos amigos, desses momentos tão leves e agradáveis, em que basta estarmos juntos para a alegira reinar e o papo bom rolar e a gente nem percerber que já passou da hora de ir embora.
ResponderExcluir