Jadson Oliveira
O sem-voto Roberto Freire |
De São Paulo (SP) – “Cassado” por seu patrícios pernambucanos, o sem-voto Roberto Freire, depois de mudar com malas, bagagens e discursos para a direita, está nestas eleições garimpando votos em São Paulo: é candidato a deputado federal pelo seu PPS, Partido Popular (chamado) Socialista, surgido a partir do tradicional PCB, Partido Comunista Brasileiro, e hoje aliado ao PSDB e DEM, ex-PFL. Vi outro dia desses ele se apresentando na propaganda eleitoral na TV como “uma voz de São Paulo para o Brasil”. Não fez qualquer menção a Pernambuco.
Por que gastar espaço na blogosfera (antes a gente dizia gastar papel e tinta) com um político em decadência, a quem seus conterrâneos passaram a negar o voto? Por que chutar cachorro-morto? Explico: é que me intrigam esses caras que mudam de lado depois de uma trajetória política admirável, abandonam a trincheira dos injustiçados e despossuídos e se transferem para as fileiras dos exploradores do povo. Me choca esse desprezo pela própria história. (Foi por esta mesma motivação que escrevi sobre o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que passou de defensor de presos políticos e de sem-terra a defensor do banqueiro Daniel Dantas – artigo Greenhalgh, quem diria!?, postado no meu blog em 06/05/09).
Quem participou da luta contra a ditadura, lá pelos anos 70 (do século passado, como gosta de dizer nossa companheira Carmela Talento), conheceu bem a ação política do então bravo pernambucano Roberto Freire, que integrou o combativo grupo dos chamados “autênticos” do antigo MDB, deputados federais de esquerda que combatiam o bom combate na plena vigência da tirania, quando defender as posições democráticas e populares era estar sempre correndo riscos – ameaças, prisões, torturas e até morte. Cito mais um dos “autênticos” do MDB, como uma homenagem: o nosso baiano Francisco Pinto, o popular Chico Pinto, que viveu seus últimos dias lá na sua Feira de Santana, sempre fiel à luta contra os opressores.
Pois é, ficamos nós recordando a trajetória do hoje desterrado candidato a deputado. Será que os eleitores paulistas o conhecem, ou o conheceram? Me lembro da amiga Lena, baiana/pernambucana/suíça, falando dos seus tempos de estudante em Recife (ou no Recife, como eles dizem),quando teve a satisfação de conhecer um então opositor ao regime militar chamado Roberto Freire. (Sinto muito, Lena, estar maculando tuas boas lembranças da juventude
Bizzara essa trajetória de Roberto Freire. E Fernando Gabeira que apareceu no horário eleitoral baiano pedindo voto para Aleluia (DEM)? Nem dá para perguntar “O que é isso companheiro?”, porque o cara foi pra direitona faz tempo. Só que ele ainda tem a cara de pau de fazer pose de alternativo.
ResponderExcluir