Vendedor ambulante sem cliente Fotos: Joana D'Arck |
No primeiro domingo após o episódio da demolição das estruturas das barracas de praia, em Ipitanga, e de dois dias seguidos de chuvas, o sol apareceu cedinho, brilhante, céu azul, azul. Mas, lá estavam ainda enfeiando o lugar as montanhas de entulhos das extintas barracas, apesar do superintendente da Sucom (PMS) , Cláudio Silva, ter garantido que no final de semana já teria concluído a limpeza, liberando o acesso de banhistas.
O entulho que Cláudio Silva prometeu tirar até esse final de semana |
Nada disso. As máquinas estavam lá hoje pela manhã, mas ainda longe de concluir a trabalheira. Difícil foi achar um lugar para chegar até a areia e poucos se arvoraram a fazer isso, pelo menos até às 11h, exceto os costumeiros jogadores de baba e alguns praticantes de caminhadas na praia.
Novo comécio: aluguel de cadeiras e sombreiros |
Na falta das barracas, começou a surgir o aluguel de cadeiras com sombreiro e os preços já estão combinados: R$10,00, cada conjunto. Também na falta de frízer e geladeiras das estruturadas barracas, caixas enormes de isopor servem para comercializar a cerveja, água e refrigerante.
Enfim, alguns vão reagindo, se virando para não ficar sem o ganha pão, mas as dificuldades são muitas. Mais prejudicados até agora são os ambulantes, com a praia vazia. Um deles (na foto), vendedor de saídas de praia admitiu: “Tá difícil freguesa. Muito difícil, mas a gente tem que ter esperança. Acho que vai melhorar”.
Ana: faltaram discussão e negociação |
Ana, ex-proprietária da barraca Rainha do Mar, voltava de uma caminhada, quando desabafou: “Isso foi um absurdo, Tanta gente investiu, alguns até mais de R$ 80 mil, procurando fazer tudo certinho para depois ficar sem nada”.
Mas fora do interesse pessoal e comercial, e a questão ambiental, como é que fica? Futuramente as próprias barracas podem se inviabilizar por conta da poluição da praia, provocada por elas mesmas, pelos dejetos que despejam diariamente. Ana admite que sim, mas devolve o questionamento: “Isto é verdade, mas as coisas poderiam ser feitas de forma mais discutida, negociada, sem tanto prejuízo pra gente. Além disso, o comércio ambulante nas praias sem barracas também polui”.
Está certa a preocupação de Ana. Afinal, a orla de Salvador virou um lixão, pior do que na época das barracas, pois as pessoas levam “a farofa” e nem todos têm consciência de recolher o lixo na saída. Prova que o buraco é mais em baixo e que é preciso encontrar uma solução para o impasse. E fiscalização, legislação, campanhas educativas públicas....
Colé, comadre! Me atravessando? Perdi o posto de correspondente exclusiva do Pilha em Santo Amaro do Ipitanga, é?
ResponderExcluirhehehe Brincadeirinha!
É isso mesmo, cadê a Sucom que garantiu liberar o acesso à praia no final de semana. Além de destruir escadas e rampas, o entulho continua lá impedindo a passagem.
Mas em Ipitanga ainda temos opção, pois as barracas localizadas atrás do kartódromo continuam funcionando normalmente e a prefeitura de Lauro de Freitas não cogita retirá-las enquanto o projeto de qualificação da orla não ficar pronto. A chamada "tenda do caranguejo", que abrigará parte das barracas demolidas, deverá funcionar em cerca de 10 dias, segundo o presidente da Associação dos Barraqueiros.