Por Walter Hupsel
O ex-presidente Lula recebeu o titulo de Doutor Honoris Causa pelo Instituto de Ciência Política de Paris, a Sciences Po. Um titulo honorífico que é concedido por instituições de ensino respeitadas àqueles que, de certa maneira, fizeram algo que as instituições acreditem ser relevante.
E a Sciences Po julgou que Lula fez algo de relevante e mereceu o título. Muita gente e instituições pelo mundo têm o mesmo julgamento. "O cara", como já foi chamado, foi homenageado em dezenas de lugares ao redor do mundo. Mas uma parte da imprensa brasileira não vê motivo. Eles enxergam vários problemas do governo Lula e nenhum mérito (ok, para esta parte da imprensa o grande "plus" de Lula foi não ter feito nada exceto continuar as políticas do príncipe FHC).
Valorizar é, por definição, uma ação subjetiva e, como tal, pessoal e intransferível. Se ela, esta parte da imprensa, não vê valores positivos no governo Lula, mais do que normal. Entretanto, como bem retratou o jornal argentino Página 12, a imprensa daqui se portou como escravocrata.
As perguntas que questionavam a escolha do ex-presidente do Brasil para o título de Honoris Causa foram, no mínimo, rudes. Como alguém que se orgulha da falta de educação formal pode ser Doutor Honoris Causa? Como pode laurear alguém que chamou Kaddafi de "irmão"?
As perguntas que questionavam a escolha do ex-presidente do Brasil para o título de Honoris Causa foram, no mínimo, rudes. Como alguém que se orgulha da falta de educação formal pode ser Doutor Honoris Causa? Como pode laurear alguém que chamou Kaddafi de "irmão"?
Além de mostrar total desconhecimento da homenagem (Honoris Causa é honraria, oras, e não um título de mérito acadêmico), mostraram também ignorância sobre política. Afagos, fotos, sorrisos para a câmera e gentilezas, além é claro dos interesses, fazem parte da política interna e externa. Chamamos isso de realpolitik (procurem por fotos do mesmo Kaddafi com Clinton, Condoleeza Rice, Sarkozy e perceberão o tamanho da ignorância da pergunta)
Eu vou além. Não foram apenas ignorantes e rudes. Foram também um misto de arrogância e daquilo conhecido como "complexo de vira-lata". Uma repórter do Globo questionou do por quê escolherem Lula e não FHC. Se os dados econômicos e sociais não falassem por si, e se a pergunta não demonstrasse a escancarada preferência política da repórter, a indagação do jornal ansiava por um endosso da Sciences Po ao príncipe da sociologia e poliglota FHC, como se dissesse: este merece ser homenageado por vocês, ter seu trabalho reconhecido, um grande presidente, cultíssimo e que, como brasileiro, tem um pé na cozinha.
Questionava, portanto, aquilo que é subjetivo e, ao mesmo tempo, pediam um carimbo parisiense de "aprovado" ao ex-presidente-sociólogo, afinal o que é gringo é sempre melhor que o que é nacional, tupiniquim.
Um pé na cozinha não foi suficiente para a laurear FHC. Não foi a honraria concedida a Lula pelo seu governo que incomodou tanto, foram seus dois pés de Lula no cômodo dos fundos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVou tomar emprestado aqui a nova expressão criada por Mino Carta "Imprensa Sabuja" pois é a que melhor qualifica o que aconteceu na cobertura do sétimo e título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu este ano. Sabujo, segundo as Dicionário Informal, significa servil, bajulador, adulador, baba-ovo, lambe-cu, lambe-botas, capacho.
ResponderExcluirFHC e a imprensa sabugo estão dando socos nos travesseiros com essa. Não adianta espernear!
ResponderExcluirÊta lêle...na pressa rolou uns errinhos no comentário anterior, mas nada que perca o sentido.
ResponderExcluirA deputada Luíza Erundina (PSB-SP) declarou recentemente que o Brasil necessita de muitas reformas. Para ela, porém, uma é prioritária: a da imprensa, da que se pode chamar a velha mídia, especialmente a quebra dos monopólios privados de rádios e TVs, como está, aliás, expresso na Constituição de 1988. Ela crê que a partir da regulamentação dos meios de comunicação, o caminho para as demais reformas (política, tributária, etc, etc) seria facilitado.
ResponderExcluirQuando teremos uma Ley de Medios, como na Argentina? uma TV estatal/pública combativa, como na Argentina? um jornal como o argentino Página/12?
Sem o povo nas ruas, nunca.
êta Simoa, também troquei as bolas. Quis dizer sabuja.
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