Caetano Veloso achou o filme “Lincoln” escuro demais,
sério demais, como se Spilberg quisesse provar que pode fazer filme grave para
agradar a “ACADEMIA”, essa entidade americana que só vê o próprio umbigo (essa
crítica é minha). Discordo do nosso neo crítico de cinema, na minha humilde
avaliação de simples expectadora. A época e o enredo em meio a uma guerra
exigiram um cenário escuro, sombrio. E apesar de seríssimo e grave na
abordagem, o filme tem um humor refinado, especialmente nas citações do
ex-presidente americano. Um filme excelente, sobretudo pela interpretação
ma-ra-vi-lho-sa de Daniel Day-Lewis, o recordista na premiação como melhor ator
(já levou três estátuas). Mas que o filme é muito americano, pra americano ver
e se babar, isso não tem dúvida.
Estou falando disso um pouco tarde, não é? Mas fui
motivada pelo comentário de Caetano, ontem, em sua coluna de Domingo no jornal
A Tarde. Ele arrasou com o vencedor do Oscar de melhor filme, “Argo”, que eu
não vi, “um filme de entretenimento, antiquado (nunca mais vi o uso dessa
palavra) e eficaz”. Também achou “Django” de Quentin Taratino, repetitivo em
relação a “Bastardos e inglórios”, do mesmo. Pois eu amei “Django”, porque amo
os cowbois, que tanto vi na minha infância, pelo exagero das cenas de sangue que
chegam a ser hilárias, pela sede de vingança que ele nos desperta, fazendo a
gente torcer para que o mocinho atire muito mais. Saí do cinema às gargalhadas.
“A cena dos sacos nas cabeças dos racistas”, que Caetano adorou, e que lembra
Ku Klus Klan, é engraçadíssima gente!
Jennifer Lawrence, de "O lado bom da vida" |
Sobre o troféu de melhor atriz, isso sim me indignou. “O lado bom da vida”, é sem dúvida um filme muito legal, uma comédia romântica deliciosa, diferente, com personagens piradinhos. A atriz Jennifer Lawrence é excelente, mas levou a estátua porque é americana. Só isso justifica ela vencer a atriz de “Amour”, Emmanuelle Riva, estrelando o filme de língua francesa, do diretor Michael Haneke, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Ela é tão convincente na história tão real que causa enorme desconforto. Confesso que chorei, e muito, durante a sessão, e ainda saí emocionada. As amigas Elcie e Simoa foram testemunhas disso.
Concordo Jô. Sobretudo, em relação ao Oscar de atriz, que irá se somar há mais um dos absurdos da história da academia.
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