Eis
a estreia de um dos novos colaboradores do Pilha. Nossa “Janistraquis” (redatora
oculta do blog que fica aqui do lado dando pitaco) sugeriu que o título
caracterizasse um olhar (paladar)
paulista, porque apesar de baiano, o nosso peso de ouro passou a vida inteira
em São Paulo e só agora veio morar em Salvador.
Por
Everton Behrmann
Depois de ser ameaçado de demissão por demorar a
assumir o posto neste blog, para o qual, segundo a “Big Boss” Joana D’arck, fui
contratado a “peso de ouro”, finalmente tive um tempo para essa primeira
postagem. Como fui apresentado como recém-chegado a Salvador e morando no
“bucólico” bairro de Itapuã, optei por estrear falando sobre minhas primeiras
impressões e experiências na cidade, especialmente as culinárias, etílicas e
culturais. Nesse primeiro momento vou tratar só da parte da culinária.
Ao chegar num lugar que não conheço muito bem, antes
de partir para as descobertas sempre me lembro das orientações do filosofo
Walter Benjamin, que abre um famoso texto sobre sua infância na cidade de
Berlim com a seguinte frase: “Saber orientar-se numa cidade não significa
muito. No entanto, perder-se numa cidade, como alguém se perde numa floresta,
requer instrução”. E “perder-se” pela cidade exige certos cuidados para que as
aventuras gastronômicas, etílicas e culturais não se tornem degradáveis e caras.
A bela vista do bar Cruz do Pascoal |
Ao escolher um lugar para comer sempre levo em
consideração o conceito desenvolvido pelo jornalista André Barcinski no seu ótimo
“Guia da Culinária Ogra”, que apesar de traçar um mapa sobre os melhores locais
para se comer bem e barato em São Paulo, tem dicas para qualquer lugar. Barcinski
conceitua que um bom lugar não pode ter no nome termos como “Chez” ou “Bistrô”
e “chef”, tem que ser cozinheiro mesmo. A comida deve ocupar totalmente o prato
ou de preferência derramar pelas bordas; os garçons não podem ser modelos ou
estudantes de moda, basta conseguirem servir o arroz usando duas colheres e sem
derramar um grão e de preferência saber o resultado do futebol; a bebida tem que
descer bem, não “harmonizar”. Nesse estilo, já encontrei algumas opções
interessantes na cidade.
Começando pelo meu lugar preferido, a carne do sol
com purê de aipim da “Cruz do Paschoal”, o interessante boteco que fica na Rua
do Carmo. A primeira impressão que tive, observando apenas a frente do bar,
imaginei que seria daquele tipo onde se bebe no balcão (a frente é pequena),
mas ao entrar por um beco localizado ao lado do caixa, me deparei com uma
grande varanda no fundo com uma vista linda para a Baia de Todos os Santos, que
por si já vale a visita.
No Largo 2 de Julho - que é outro lugar onde cheguei
através de uma espécie de labirinto- é
difícil imaginar que entrando nas vielas
da Rua 7 de Setembro podemos nos deparar com um largo tão bonito e agradável. É
ai que fica o “Líder”, um bar parecido com uma padaria, onde se reúnem diversos
tipos da urbe e sai um sanduíche de pernil que é uma delícia. Quando morava em São Paulo, comia um sanduba
de pernil no “Estadão” - espécie de instituição noturna da Paulicéia, aberto
24h – onde o dono ostenta vários quadros com títulos fornecidos por grandes
jornais e revistas que asseguram: “O melhor pernil do Brasil”. Eu acreditei
nisso por muito tempo, mas depois do pernil do Líder, o “Estadão” perdeu seu
posto (pelo menos pra mim).
Para não me estender muito no assunto
culinário e vocês ficarem imaginando que eu só penso em comer, vou apenas citar
algumas outras opções que me agradaram: o filé e o pastel do bar “Armazém 347”,
ou simplesmente “bar do Seu Zé”, na Saúde, ótima opção para antes de um BA x VI
na Fonte Nova; a feijoada e a carne de sol com banana da Barraca de Juvená, em
Itapuã, onde rola um samba de primeira aos Sábados; e a comida “Ligth” do Porto
do Moreira, na esquina da Carlos Gomes com a entrada do Largo 2 de Julho.
Claro que conheci outras opções
interessantes, mas essas que citei são minhas preferidas. Quem não gosta de
lugares onde o garçom vai logo perguntando: “O de sempre senhor?” .
Apesar da preferência pela culinária “ogra”,
se a ocasião for especial topo de imediato ir a qualquer bistrô ou chez da
vida, comer um prato daqueles que não se sabe de imediato se é pra comer ou
pregar na parede. Como ainda não conheço essa parte mais elegante da culinária
soteropolitana, peço aos pilheiros e leitores de plantão dicas e sugestões.
Aê, baiano/paulista, acertou em cheio, também adoro esses lugares. Acrescentando uma sugestão onde se come bem sem pagar caro, o Cantinho da Graça, na rua Barão de Loreto, é uma boa pedida (galinha ao molho pardo, picanha na chapa, bacalhau...) gostcho muitcho
ResponderExcluirAlô Paulista, uma boa pedida é a Rita da Lambreta em Pituacivis, (na verdade entre a Av. Jorge Amado e p Jardim Imperial. É a maior e mais gostosa lambreta da Bahia, vale a pena conferir.
ResponderExcluirHum! Adoro lambreta! Vou aproveitar a dica. Tem também o Jonas,no Stiep, onde se come um bom filé e sarapatel de carneiro, e o Djalma, na Pituba, perto da Perini, para curtir um caranguejo, acarajé e até bode assado.
ResponderExcluirJanistraquis, que não perde uma oportunidade de matracar, diz que você tá é tirando onda, paulistinha/baiano, porque você gosta mesmo é de comer escondidinho no Língua de Prata, em Itapuã. Rá-rá-rá.
ResponderExcluirO Jonas, fica pertinho da minha casa. Se achegue e seja bem-vindo à nossa trupe/cidade. Já curti muito essa culinária e acho que começou bem a trajetória gastronômica por nossa bela soterópolis.
ResponderExcluirO Jonas, fica pertinho da minha casa. Se achegue e seja bem-vindo à nossa trupe/cidade. Já curti muito essa culinária e acho que começou bem a trajetória gastronômica por nossa bela soterópolis.
ResponderExcluirVem cá é isso mesmo? O cara chega agora e vem tirando onda dando dica gastronômica pra nós baianos? É muita cara de pau...rsrs
ResponderExcluirColé, Simoa! Nosso blog é internacional, tem muita gente de fora que vai pegar essas dicas, principalmente agora, com a chegada da Copa.
ResponderExcluirMônica, Humberto e Isabel, obrigado pelas dicas, qualquer dia vou experimentar. Jô e Elcie, podemos fazer um Quinta no "Jonas", fiquei curioso, Elcie me mostrou uma vez. E Simoa, sem comentários...minha intenção não era da dica pra "malandragem" da terra,apenas expor um pouco de minhas andanças pela cidade... se ligue que, tromba de elefante não é conta gota e nem perna de barata é serra.
ResponderExcluirVixe!
ResponderExcluirEverton, já que vc apelou para as metáforas zoomórficas aí vai uma:
ResponderExcluir" Deixe está Jacaré que sua lagoa há de secar"...kkkkkkk
Jô, que história é essa de "comer escondidinho" no Língua de Prata? isso pega mal, dizem por ai. Admito que ja fui lá, mas não comi nada. rs
ResponderExcluirJô, que história é essa de "comer escondidinho" no Língua de Prata? isso pega mal, dizem por ai. Admito que ja fui lá, mas não comi nada. rs
ResponderExcluirJô, que história é essa de "comer escondidinho" no Língua de Prata? isso pega mal, dizem por ai. Admito que ja fui lá, mas não comi nada. rs
ResponderExcluirJô, que história é essa de "comer escondidinho" no Língua de Prata? isso pega mal, dizem por ai. Admito que ja fui lá, mas não comi nada. rs
ResponderExcluirJô, que história é essa de "comer escondidinho" no Língua de Prata? isso pega mal, dizem por ai. Admito que ja fui lá, mas não comi nada. rs
ResponderExcluirJanistraquis te denunciou e me entregou as provas.Aguarde.
ResponderExcluirQue calúnia contra o companheiro, o que ele comeu no Língua de Prata todo mundo sabe, não foi escondido....kkkkkk
ResponderExcluirÔ língua!
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