Forte depoimento da jornalista Mônica Bichara, blogueira do Pilha, chama atenção para a batalha crucial que se trava no país.
“Sua emoção é a nossa emoção @tiamaoficial Maíra, sua revolta é a nossa...
Meu neto TB está crescendo e em pouco tempo será um adolescente afrodescendente. E eu não posso admitir que um monstro que diz abertamente que ele é fruto de uma falta de educação ou promiscuidade chegue ao poder do meu país, pra ditar regras que o rejeite, que o faça menor, inferiorizado ...Pelo contrário, quero uma democracia mais avançada do que a que temos hoje, pra que ele tenha cada vez mais oportunidades de se sentir igual. Não consigo pensar nessa ameaça sem me emocionar. Vivi a ditadura militar e sei o que é não ter liberdade. Convivo com comunistas, inclusive na minha família, e nunca tive motivos pra ter medo deles. Pelo contrário, só orgulho. Convivo com gays, inclusive na minha família, e isso nunca foi motivo de vergonha. As mulheres da minha família e da minha amizade foram e são exemplos de coragem, de respeito às diferenças, de trabalhadoras, de solidariedade, não merecem ser tratadas como vagabundas de classe inferior. E justo porque engravidam merecem um tratamento especial, porque somos foda pra caralho pra dar conta de tanta pressão e de tanta dor. Nos respeite, seu monstro. Como eu te entendo, Maíra, quando você fala do medo da ditadura nos tirar uma das coisas mais caras que temos, a liberdade de expressão. Somos jornalistas e não podemos aceitar caladas que um tirano desse, se passando por salvador da pátria, nos tire a nossa arma mais preciosa, o poder de falar, de procurar a verdade, de traduzir as revoltas do povo, de se manifestar. O que os eleitores do fascista estão fazendo agora, nem eles poderão continuar fazendo se a ditadura passar. Mas estão cegos e não enxergam isso. Não pensem que vão continuar indo para as ruas roubando nossas bandeiras não, porque elas também estarão vermelhas com o sangue que o ódio vai derramar. Eu queria aproveitar a emoção de Maíra, que também é a minha, pra pedir a cada um dos parentes e amigos que ainda pensam em nos entregar para o fascismo, ou mesmo lavar as mãos, o que será tão grave quanto num momento tão radical como esse, que reflitam sobre a responsabilidade desse voto. Porque é a nossa existência que está em jogo”.
“Sua emoção é a nossa emoção @tiamaoficial Maíra, sua revolta é a nossa...
Meu neto TB está crescendo e em pouco tempo será um adolescente afrodescendente. E eu não posso admitir que um monstro que diz abertamente que ele é fruto de uma falta de educação ou promiscuidade chegue ao poder do meu país, pra ditar regras que o rejeite, que o faça menor, inferiorizado ...Pelo contrário, quero uma democracia mais avançada do que a que temos hoje, pra que ele tenha cada vez mais oportunidades de se sentir igual. Não consigo pensar nessa ameaça sem me emocionar. Vivi a ditadura militar e sei o que é não ter liberdade. Convivo com comunistas, inclusive na minha família, e nunca tive motivos pra ter medo deles. Pelo contrário, só orgulho. Convivo com gays, inclusive na minha família, e isso nunca foi motivo de vergonha. As mulheres da minha família e da minha amizade foram e são exemplos de coragem, de respeito às diferenças, de trabalhadoras, de solidariedade, não merecem ser tratadas como vagabundas de classe inferior. E justo porque engravidam merecem um tratamento especial, porque somos foda pra caralho pra dar conta de tanta pressão e de tanta dor. Nos respeite, seu monstro. Como eu te entendo, Maíra, quando você fala do medo da ditadura nos tirar uma das coisas mais caras que temos, a liberdade de expressão. Somos jornalistas e não podemos aceitar caladas que um tirano desse, se passando por salvador da pátria, nos tire a nossa arma mais preciosa, o poder de falar, de procurar a verdade, de traduzir as revoltas do povo, de se manifestar. O que os eleitores do fascista estão fazendo agora, nem eles poderão continuar fazendo se a ditadura passar. Mas estão cegos e não enxergam isso. Não pensem que vão continuar indo para as ruas roubando nossas bandeiras não, porque elas também estarão vermelhas com o sangue que o ódio vai derramar. Eu queria aproveitar a emoção de Maíra, que também é a minha, pra pedir a cada um dos parentes e amigos que ainda pensam em nos entregar para o fascismo, ou mesmo lavar as mãos, o que será tão grave quanto num momento tão radical como esse, que reflitam sobre a responsabilidade desse voto. Porque é a nossa existência que está em jogo”.
*Maíra é jornalista, formada e diplomada há 12 anos. Em 2014, recebeu o prêmio de jornalismo Abdias do Nascimento, pelo caderno Especial da Consciência Negra. Em 2015, foi eleita uma das 25 negras mais influentes da internet. Em vídeos curtos, de dois a três minutos em média, ela trata de assuntos do cotidiano, como relacionamentos, trabalho,sexo, auto estima, empoderamento feminino e mecanismos de defesa contra todas as formas de discriminação. (Instagram de Maíra- tiamaoficial)
Valeu Jô, esse é um momento realmente tenso, estamos à flor da pele. Maíra é uma amiga querida e me emocionei muito com o desabafo dela pq o meu também estava engasgado. #ViraVoto, tenho esperança
ResponderExcluir