O roteiro das comadres jornalistas, contado primeiro pelo querido Elieser César (transcrito também aqui no Pilha) e continuado pelo jornalista, escritor e professor Emiliano José em sua série #MemóriasJornalismoEmiliano, ganhou novo capítulo.
E pelo visto, vem mais por aí. Orgulhosa e honrada em ter essa irmandade contada de forma tão poética, como um verdadeiro filme que tem passado em nossas mentes, transcrevo aqui no Pilha pura! para poder compartilhar com vocês e colocar fotos dessas memórias. Cada novo capítulo que surgir, acrescento aqui e aviso. Está sendo uma viagem no tempo e reforçando o AMOR, CUMPLICIDADE, SINTONIA dessa irmandade das comadres.
(Foi aí que o comadrio começou, minha dinda Lu na redação do JBa)
Benditas comadres
As comadres ocupam essa série já tem algum tempo, e ocuparão mais. Isabel, Mônica, Jaciara.
E Joana D'Arck vem aí.
Essa revisitação me revelou coisas que até Deus duvida.
Fotos do Bar do Careca, dos arquivos de Mônica, são históricas.
Alguém me dissesse, e eu não acreditaria: Dalton Godinho dançando agarradinho com Lindsay.
Dalton, o velho Dalton da luta armada, da Ilha Grande, se soltando na noite com seu colega de redação.
Pude olhar fotos de Tasso Franco cabeleira blak power sorrindo com Rafael Pastore.
O velho Pastore, de tanta sensibilidade, fineza no trato, chegado ao "Jornal da Bahia" aos 16, morto num acidente besta aos 38 anos.
As paredes pichadas, vermelho, cenário de cinema.
É, de cinema: já me pediram roteiro para inscrição em festival sobre as comadres.
Mandei.
Se aprovado, irão para as telas.
Essas meninas não são pouca coisa, não.
Me fizeram lembrar da Barroquinha.
Da velha sede do "Jornal da Bahia".
Do cheiro da redação, infestada, perfumada de cigarro.
Todo mundo fumava, mesmo eu, a quem o cigarro nunca visitou.
Tragava a fumaça da redação.
E olhe: sequer quatro anos de prisão me levaram ao cigarro.
Careta careta.
Essas meninas me fizeram pensar na minha própria existência.
Como as relações no ambiente de trabalho são fugazes.
As pessoas resvalam na gente, e mal são percebidas.
Confesso.
Delas, das quatro, a mais próxima era Isabel.
Jaciara e Mônica, depois Joana D'Arck só um olá como vai eu vou indo e você...
Quase uma autocrítica, um gesto meu ensaiando uma reparação, pedindo um reencontro.
Muitos anos depois, redescubro-as.
E aí penso na força da palavra.
Na força da memória histórica.
A história delas, não só, mas a delas de modo especial, não merecia ficar a um canto, esquecida.
Elas foram falando e me encantando, revelando meu próprio tempo, meus passos ao lado delas, não obstante, como se sabe, eu seja bem mais avançado na idade.
Elas, por esforço e talento, chegaram muito cedo às redações.
Fazem parte de um grande contingente de mulheres chegadas ao jornalismo desde o início dos anos 70 do século passado.
Ocuparam espaço.
Continuam ocupando, sob outras condições de funcionamento de nossa profissão, aturdida, ela também, com as extraordinárias mudanças tecnológicas e das relações de trabalho.
As comadres ainda darão muito o que falar.
Sosseguem.
Foi uma breve pausa.
Amanhã tem mais.
As comadres ainda estão pedindo a palavra.....
E Joana D'Arck vem aí.
Essa revisitação me revelou coisas que até Deus duvida.
Fotos do Bar do Careca, dos arquivos de Mônica, são históricas.
Alguém me dissesse, e eu não acreditaria: Dalton Godinho dançando agarradinho com Lindsay.
Dalton, o velho Dalton da luta armada, da Ilha Grande, se soltando na noite com seu colega de redação.
Pude olhar fotos de Tasso Franco cabeleira blak power sorrindo com Rafael Pastore.
O velho Pastore, de tanta sensibilidade, fineza no trato, chegado ao "Jornal da Bahia" aos 16, morto num acidente besta aos 38 anos.
As paredes pichadas, vermelho, cenário de cinema.
É, de cinema: já me pediram roteiro para inscrição em festival sobre as comadres.
Mandei.
Se aprovado, irão para as telas.
Essas meninas não são pouca coisa, não.
Me fizeram lembrar da Barroquinha.
Da velha sede do "Jornal da Bahia".
Do cheiro da redação, infestada, perfumada de cigarro.
Todo mundo fumava, mesmo eu, a quem o cigarro nunca visitou.
Tragava a fumaça da redação.
E olhe: sequer quatro anos de prisão me levaram ao cigarro.
Careta careta.
Essas meninas me fizeram pensar na minha própria existência.
Como as relações no ambiente de trabalho são fugazes.
As pessoas resvalam na gente, e mal são percebidas.
Confesso.
Delas, das quatro, a mais próxima era Isabel.
Jaciara e Mônica, depois Joana D'Arck só um olá como vai eu vou indo e você...
Quase uma autocrítica, um gesto meu ensaiando uma reparação, pedindo um reencontro.
Muitos anos depois, redescubro-as.
E aí penso na força da palavra.
Na força da memória histórica.
A história delas, não só, mas a delas de modo especial, não merecia ficar a um canto, esquecida.
Elas foram falando e me encantando, revelando meu próprio tempo, meus passos ao lado delas, não obstante, como se sabe, eu seja bem mais avançado na idade.
Elas, por esforço e talento, chegaram muito cedo às redações.
Fazem parte de um grande contingente de mulheres chegadas ao jornalismo desde o início dos anos 70 do século passado.
Ocuparam espaço.
Continuam ocupando, sob outras condições de funcionamento de nossa profissão, aturdida, ela também, com as extraordinárias mudanças tecnológicas e das relações de trabalho.
As comadres ainda darão muito o que falar.
Sosseguem.
Foi uma breve pausa.
Amanhã tem mais.
As comadres ainda estão pedindo a palavra.....
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