Fiz questão de não
esperar o resultado do jogo desta noite do Bahia com o Ceará, quando o time
baiano entrou em campo com camisas “manchadas” de óleo, simbolizando nossas
praias nordestinas emporcalhadas pelo CRIME ambiental que já atinge todos os
estados da região sem que o governo federal tome providência, para postar esse
texto. Porque hoje pouco importa o placar. Se ganhar melhor, claro. Não vou
mentir. Mas o Bahêa vem enchendo de orgulho sua torcida, aquela que ninguém vence
em vibração, também fora do campo.
Não, não é só futebol! Tudo
começou com a democracia tricolor varrendo o fantasma dos Guimarães pra bem longe. Após o período de intervenção para arrumar a casa, veio a eleição de Guilherme Bellintani, que assumiu a direção do clube, no ano
passado, prometendo atender a um pedido da torcida de se aproximar mais do povo, com
suas dores e alegrias. Criou o Núcleo de Ações Afirmativas, que vem emocionando
a todos e arrancando elogios até mesmo de adversários com campanhas como a
desta noite.
(Personalidades negras destacadas, como as queridas colegas Rita Biatista e Maíra Azevedo - Tia Má)
Antes dessa jogada da
camisa manchada de óleo, o Bahêa também marcou ponto ao falar de racismo,
LGBTfobia, feminicídio e tantos outros temas tratados como tabu pelo futebol. A
entrevista do técnico Roger sobre racismo teve repercussão nacional. No jogo
contra o Fuminense, ele e Marcão, os dois únicos técnicos negros da 1ª Divisão,
vestiram literalmente a camisa do Observatório da Discriminação Racial no
Futebol.
(Roger e Marcão)
No Dia do Nordestino, o
orgulho foi manifestado abertamente. Marielle Franco e Moa do
Katendê, assassinados por motivações políticas, foram homenageados. O Dia Nacional
de Combate à Intolerância Religiosa foi outro tema de campanha, assim como o incentivo à presença de mulheres nos estádios - por meio de parceria com a PM a Ronda Maria da Penha passou a dar plantão nos estádios. Ainda está devagar, mas o primeiro time feminino do Bahia também já ensaia suas jogadas.
A conquista do troféu Honra ao Mérito da Diversidade Cultural LGBT, do GGB, pela campanha "Não há impedimento", foi outro gol fora dos gramados.
A conquista do troféu Honra ao Mérito da Diversidade Cultural LGBT, do GGB, pela campanha "Não há impedimento", foi outro gol fora dos gramados.
(Roger convidou crianças que vendem amendoim na rua para assistir ao treino)
(Zumbi, Mês da Consciência Negra)
testando comentário
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