SALVEM AS RESTINGAS

 


Grupos de moradores da região de Stella Maris, Praia do Flamengo e Ipitanga estão mobilizados (com manifestações virtuais e presenciais, mantendo os protocolos de segurança impostos pela pandemia), junto com a Associação Stella4Praias, em defesa da preservação da faixa remanescente de restinga, ameaçada pelo projeto de requalificação da orla que vem sendo executado pela Prefeitura de Salvador. 

Eles deixam claro que não são contrários à obra, mas cobram respeito à Área de Proteção Ambiental Permanente e à liminar do juiz Carlos D`Ávila, da 13ª Vara Federal, que em 2006, na época da derrubada de todas as barracas de praia da capital baiana, proibiu qualquer construção na faixa de preamar. E a obra prevê a supressão de coqueiros e maciços de restinga para instalação de quiosques, quadras, estacionamentos, ciclovias e pistas para pedestres. O projeto revisado reinseriu a construção de quiosques de até 50 metros, cuja exclusão já tinha sido negociada com a Fundação Mário Leal Ferreira.



Nesse vídeo feito pela moradora e oceanógrafa Iasmim Gargur é possível ver claramente os coqueiros marcados para morrer e o traçado no chão sinalizando as quadras na beira da praia, bem próximas ao talude coberto por restingas. "Esse trecho é um dos mais vegetados, mais preservados", observa.


A mobilização tem chamado a atenção da imprensa. Na manhã desta segunda-feira (19), por exemplo, o repórter Chico Lopes, do programa Ronda, da TV Aratu, esteve no local e entrevistou a advogada Juliana Caires, representando a Associação Stella4Praias, e o urbanista Carl von Hauenschild, do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Bahia. A reportagem é bem completa e deixa claro que a obra é irregular e desrespeita a liminar da Justiça Federal. Veja a matéria


Os grupos de moradores, alguns com a presença de técnicos especializados como geólogos, oceanógrafos, biólogos e engenheiros, vêm fiscalizando diariamente a execução da obra e apontando irregularidades, como a ausência de licenças ambientais, de planos de manejo de fauna e outras aberrações. Eles lembram que a restinga é habitat natural de espécies de animais como corujas buraqueiras, iguanas e saguis. No ano passado por pouco um ninho de coruja não foi soterrado pelas máquinas da obra, no trecho de Ipitanga. Graças à interferência de moradores atentos, o serviço foi suspenso e a área preservada e sinalizada. Em Stella Maris iguanas já foram vistas sem rumo, atravessando pistas e "protegendo-se" em baixo de carros. 


O talude vegetado é a contenção natural para os efeitos da maré. Mas a Prefeitura, com esse projeto, insiste em retirar os remanescentes de restinga. Os moradores se mostram preocupados, relembrando danos ocorridos em outros trechos da orla, a exemplo de Amaralina e Pituba, o que pode ser conferido nesse vídeo:










Vejam outras postagens aqui do Pilha Pura sobre a requalificação da orla de Stella Maris / Praia do Flamengo/ Ipitanga:  

https://pilhapuradejoaninha.blogspot.com/2020/11/finalmente-prefeitura-reconhece-os.html  

https://pilhapuradejoaninha.blogspot.com/2021/03/crime-ambiental-em-stella-maris.html  

https://pilhapuradejoaninha.blogspot.com/2021/02/fuga-de-material-e-explicacao-da-sucop.html  

https://pilhapuradejoaninha.blogspot.com/2020/12/requalificacao-da-orla-stellaipitanga.html 


Comentários

  1. Quem pegar o bonde andando consegue se atualizar bem, perfeita!!!! uhuu

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    1. Requalificação até a gente aceita, mas destruindo a natureza NÃOOOOOO

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  2. Muito bom, Mônica. Resume os últimos acontecimentos deste processo tumultuado. Importante registrar que somos a favor de uma requalificação, porém que leve em conta as especificidades da área. Requalificar não é sinônimo de cimentar! Não pode significar arrancar vegetação e asfaltar uma área tão sensível! Requalificar não é construir bares e restaurantes à beira-mar! Isso tudo faz parte de visões mesquinhas, comerciais, ultrapassadas. A praia é um lugar público. NÃO PODE SER PRIVATIZADA! Já que vai se gastar tantos bilhões que seja feito em conformidade com cuidados ambientais. Chega de tanto abandono, sujeira, descaso e abuso com nossas praias!

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    1. Verdade, Isabel, até por ser habitat de várias espécies animais a restinga tem que ser preservada. Honrada com a leitura

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  3. Muito bem, Mônica. A matéria nos dá a dimensão da problemática. Parabenizo a mobilização dos moradores para evitar mais uma grave agressão ao meio ambiente. Urbanização pode acontecer, mas não indo de encontro à Mãe Natureza, deixando animais perdidos. Muito doloroso. Prefeitura, preserve as restingas

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