MELÔ DO APOSENTADO: “ANO PASSADO EU MORRI, MAS ESSE ANO EU NÃO MORRO"

Verso atribuído a Zé Limeira

O advogado Michel Assef, de 74 anos, se dirigiu a uma agência da Caixa Econômica Federal, onde recebe o benefício, para fazer a prova de vida de 2020. Depois de realizar o procedimento, porém, foi informado de que deveria provar que estava vivo também em 2019.


O caso verídico (pasmem!), aconteceu em março, mas ainda hoje circula pela internet como uma piada. Não é. E não era  pra rir, mas a gente não consegue fechar os dentes diante de tal absurdo.


Até o poeta do absurdo, Zé Limeira, ficaria boquiaberto se hoje estivesse entre nós e constatasse que profetizou a situação do aposentado Michel Assef - e quiçá de tantos outros que precisam comprovar ano a ano que estão vivos - para manter o benefício da aposentadoria.


Michel Assef bem que poderia cantarolar o verso absurdo de Zé Limeira “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, que ficou consagrado na voz de Belchior e voltou a repercutir nacionalmente após gravação do rapper Emicida (no álbum AmarElo).


Zé Limeira foi um cantador e repentista analfabeto, nascido em Teixeira, na Paraíba, 135 anos atrás, conhecido em sua terra natal por produzir versos sem muito sentido, mas perfeitos na métrica poética.  Ele virou personagem no livro de Orlando Tejo, publicado em 1973, com o título “Zé Limeira – O Poeta do Absurdo”.


A história desse cabra é interessante e controversa, chegando a provocar a incredulidade  de muitos até sobre a sua existência, devido à falta de documento. Nem Certidão de Nascimento Zé Limeira teve.  Fosse hoje estava lascado!


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