Se mande, Bolsonaro!

                                                                                                                                                        Ronaldo Silva

Foto: Ronaldo Silva

Descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado.

É pouco! Qualquer uma destas expressões contidas na nota oficial da  Associação Brasileira de Imprensa (ABI) sobre como tentam classificar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, é pouco.

Dizer que nem todo amalucado ou tresloucado é grosseiro, mal educado, despreparado, pedante, arrogante e desqualificado, é verdade. Mas não é o caso de Bolsonaro.  Ele é tudo isso e muitos outros adjetivos depreciativos que a gente possa buscar no nosso vasto dicionário da língua portuguesa para tentar decifrar a aberração que ocupa o Palácio do Planalto.

A nota da ABI, assinada pelo presidente da entidade, Paulo Jerônimo, foi para repudiar mais uma agressão de Bolsonaro contra profissionais de imprensa.  Desta vez, na segunda-feira (21), durante entrevista em Guaratinguetá (SP), ele retirou a máscara enquanto gritava à pequena distância com a jornalista Laurene Santos, expondo deliberadamente a profissional e o repórter cinematográfico André Bias ao risco de contágio de Covid-19. Os profissionais faziam cobertura da visita do presidente à cidade para a TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo.

"Com seu destempero, Bolsonaro mostrou ter sentido profundamente o golpe representado pelas manifestações do último sábado. Elas desnudaram o crescente isolamento de seu governo", frisa a nota da ABI, referindo-se ao estrondoso protesto que levou às ruas milhares de pessoas aterrorizadas com a proporção que a pandemia tomou no Brasil, com meio milhão de mortos, por conta do atraso da vacina e da insistência dele em desrespeitar e desqualificar a ciência na guerra contra o vírus.

A ABI alerta que o presidente "nunca apreciou uma imprensa livre e crítica, é mais do que sabido. Mas, a cada dia, ele vai subindo o tom perigosamente. Pouco falta para que agrida fisicamente algum jornalista". 

Lembramos que recentemente  ele chamou a jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, de "quadrúpede". Antes, em abril passado, chamou de 'idiota' uma repórter  baiana Driele Veiga, da TV Aratu, que lhe fez uma pergunta sobre uma foto divulgada pelo próprio Palácio do Planalto. Na foto, Bolsonaro aparece com um cartaz que simula um cartão de CPF com a palavra "cancelado", jargão policial indicativo de uma pessoa que morreu. 

A ABI finaliza sugerindo que ele renuncie. Aliás, esse é o título: "Renuncie, presidente!" Mais quá! Esse aí grudou na cadeira do Planalto e só sai de lá puxado, arrastado. E olha que tem é coisa para tirá-lo de lá, apontadas nos mais de 100 pedidos de impeachment engavetados no Congresso Nacional. 

Queria ver um governo progressista ter resistido à escândalos de avião presidencial transportando drogas pesadas na Espanha, a prisão do laranja Queiroz Rachadinha do filho, das intempéries diplomáticas a dificultar importações de vacina, das tantas tentativas de atrapalhar a ciência no combate ao coronavírus, do comportamento antipatriótico, irresponsável e indiferente diante da tragédia da pandemia e da perda de mais meio milhão de brasileiros.

Só o povo tem jeito para se livrar dessa praga. Mesmo com o pavor do vírus, mas ainda mais do Bozo,  o jeito é gritar  com máscara e tudo: FORA BOLSONARO!   


Em tempo: O dia 24 de julho será a nova data nacional de luta pelo Fora Bolsonaro, em defesa da aceleração da vacinação em massa no país, do auxílio emergencial de R$ 600 até o final da pandemia, em defesa da vida do povo negro, contra os cortes da educação e por uma política de empregos.

Em tempo II: Veja aqui no blog os altos riscos de contaminação e as perdas entre os profissionais de imprensa que se expõem a altos riscos de contaminação  na lida diária com todo tipo de situação para buscar informação. Mais ainda no caso dos que cobrem a agenda do Bozo, que retira a máscara, agride e grita na cara dos que não fazem perguntas do seu agrado. Enquanto o presidente não demonstra amor à vida do outro, na Bahia a luta é outra.


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