Emoção marcou o evento que lembrou o assassinato do indigenista e do jornalista na Amazônia
(A atividade aconteceu no Auditório Raul Seixas, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, em Salvador, na sexta-feira, 1º de junho)“A Amazônia está em foco, mas o descaso do governo federal se estende a todos os povos indígenas no Brasil. Bruno e Dom foram assassinados porque estavam tentando preservar o território indígena da cobiça dos não-índios”, denunciou Rosário. Os debatedores do evento, Felipe Tuxá, primeiro professor indígena da UFBA, e Rafael Xukuru-Kariri, doutorando em Ciências Políticas, também deixaram claro que o assassinato de Bruno e Dom só reforça a importância da população cobrar uma investigação rigorosa sobre o genocídio indígena no país como um todo.
O procurador da República Ramiro Rockenbach, do Ministério Público Federal, em uma fala emocionada, relembrou sua vivência no Mato Grosso do Sul, “de onde saí por não suportar testemunhar o que faziam com os indígenas”. Ele, que coordena o Ofício Estadual pela Preservação dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais, disse que a Nação deve um pedido de desculpas institucional aos povos indígenas e aos descendentes dos negros escravizados. “Precisamos agradecer por eles existirem, por resistirem, e por nos aceitarem como aliados”, enfatizou, colocando o MPF à disposição das entidades para lutar de forma conjunta.
(Procurador Ramiro Rockenbach, do MPF)Outro que alertou para a gravidade da situação e o racismo contra indígenas em todo o país foi o estudante Kiriri , de Letras Vernáculas, Hênio Krychaòbó, que relembrou o assassinato, há um ano, do kiriri José Francisco, em Mirandela, na Bahia, onde outros 10 atentados já foram registrados. Casos que não tiveram a mesma repercussão dada pela mídia ao de Bruno Pereira e Dom Phillips.
(Estudante Kiriri, de Letras Vernáculas, Hênio Krychaòbó)O professor Felipe Fernandes, do PET, destacou a importância de se valorizar os investimentos feitos pelo movimento indígena na área de comunicação. “No caso das investigações sobre o assassinato de Bruno e Dom, por exemplo, isso permitiu que a gente acompanhasse todo o desenrolar pelas redes sociais da Univaja - União dos Povos indígenas do Vale do Javari, sem a espetacularização das mídias hegemônicas”, comparou.
(Professor Felipe Fernandes, do PET - Comunidades Indígenas)Piripkura
O filme Piripkura narra a dedicação de um funcionário da Funai em busca de informações e da localização de dois sobreviventes da comunidade indígena, que viviam em isolamento voluntário no Mato Grosso, em uma espécie de fuga da perseguição provocada por madeireiros e grileiros da região.
(Cena do filme Piripkura, de Mariana Oliva, Bruno Jorge e Renata Terra)
Valeu! A mídia precisa pautar mais a questão indígena e investigar mais casos como esse
ResponderExcluirCom certeza, daí a importância do investimento na comunicação indígena como fala o professor Felipe
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