Moradores de Praia do Flamengo alertam: A obra de requalificação vai substituir a vegetação nativa por um viveiro de restinga

Foto: Jairo Rocha Filho

Com um abraço simbólico no coqueiral da Praia do Flamengo, trecho do Coral de Aleluia, na manhã deste domingo (23), moradores do bairro avisaram que não concordam com a obra de requalificação iniciada pela Prefeitura de Salvador, que inclui a retirada de coqueiros e maciços de restinga para dar lugar a praças, pistas, quadras e, acreditem, um viveiro de restinga. Emocionados e indignados, muitos fizeram questão de criticar o projeto, mostrando a incoerência de substituir uma reserva da vegetação nativa por um viveiro.

Biólogo e morador do bairro, Carlos Ernesto foi um que se pronunciou na manifestação liderada pelo grupo "Amigos do Coral de Aleluia". E alertou para o "dano ambiental" que está prestes a se repetir na terceira etapa da requalificação da orla de Stella Maris, a exemplo do que vem ocorrendo nas etapas anteriores (trechos Stella Maris e Ipitanga).  

Os moradores apontaram, sobretudo, o excesso de concreto em calçadões, praças e quadras e de iluminação, o que já causou, por exemplo, a desorientação de tartaruguinhas ao sair dos ninhos (fato já verificado em Ipitanga e Stella Maris). 

Durante o movimento os que se pronunciaram criticaram também o processo de verticalização do bairro, permitido a partir do PDDU de 2016, que deverá ser revisado em 2024. A maior queixa foi em relação ao projeto de um megaempreendimento habitacional, na beira da praia de Stella Maris, tipo "pé na areia", com oito torres de até 18 andares, sendo 8 apartamentos por andar, somando mais de 960 unidades.