"A chave do desejo" é o primeiro conto da série que estou lançando com a hashtag #JOANADARCKmeDesafiaramUmContoSobre... e foi inspirado num desafio que me fizeram para escrever um conto com um clima erótico. Fui buscar inspiração em duas músicas, que também desafio você, leitor, a identificar quais foram (Tem uma história, um tema, uma situação que gostaria de ver escrita num conto? Sugira nos comentários aqui ou no meu Instagram joanadarckdabahia e Facebook Joana D'Arck e me inspire para exercitar o gosto pela escrita. Aviso: posso não agradar com o resultado, mas ficarei grata com a atenção e colaboração).
A Chave do desejo
Joana D'Arck
Só de pensar em ver o tal Diego do vídeo, de corpo nu e tatuado, a deixou excitada. Seria mesmo ele chegando na moto que se aproxima? Aguarda um pouco e o homem vai parando bem próximo do seu corpo longilíneo, quando a provoca com a pergunta.
- Vai desfilar aonde, gata?
- Qual é a sua, garoto?
-Pode ser a sua se quiser. Linda assim, vou até de graça. Mas não foi esse o nosso combinado de hoje por mensagem, lembra?
Ele retira o capacete e ela sente um rubor subir-lhe o rosto, pensando no que pode acontecer, encontrando-se assim com um estranho que só viu pela internet e que pessoalmente parece ainda mais lindo e sexy. Fica ainda mais agitada com o medo repentino de se permitir a este encontro inusitado. Sempre teve homens lindos aos seus pés, que deslizavam leves pelas passarelas, e agora está prestes a se entregar a um motoqueiro, que nunca vira pessoalmente antes, e terá que pagar para isso. Arrepia-se de pensar nisso e sente uma estranha e ardente excitação.
-Você é o Diego?
-Eu sim, em carne, osso e todo bom pra te amar. E você, eu tenho certeza que é top profissional.
- Fui sim. Faz tempo que me aposentei.
-Saiu de cena porque quis, né gata? Tá com tudo em cima ainda. E vamos pra onde? Ficar aqui neste estacionamento pode lhe comprometer.
A pergunta a deixa ainda mais confusa entre ceder ao desejo de se entregar ao homem tatuado, tão lindo e de uma vulgaridade ainda mais excitante, ou sair correndo dali. Poderia somente desistir, mesmo que pagando sem usar os serviços dele, mas não consegue fazer isso. Respira fundo procurando controlar a situação e finalmente o convida a seguir até o elevador. Decide pagar pra ver.
Da garagem até o 8° andar do apart de sua amiga, o tempo parece uma eternidade, com o ombro largo do jovem motoqueiro quase roçando o seu, fino e magro de sempre. Deixou os holofotes e as passarelas, mas a magreza não a deixou, uma herança de família que muitas vezes odiou, principalmente na escola, quando levava todo tipo de apelido, mas lhe valeu depois altos cachês e fama. O silêncio constrangedor é rompido por mais uma provocação do desconhecido.
-É a primeira vez que contrata esse serviço, gata? Uma mulher como você pode ter o homem que quiser…
-Não importa, não chamei você aqui para confidências.
- Tudo bem, não precisa ficar brava. Era só para descontrair.
O elevador abre a porta do andar e ela sente um alívio misturado com uma grande ansiedade. Revira a bolsa em busca da chave da porta e se desespera por não encontrá-la após algumas tentativas, até que Diego segura firme o seu braço, puxando-a em direção às escadas do prédio. Ele a acaricia habilmente com as mãos fortes e suaves dançando pelas suas costas, ombros, seios e coxas... e segue em movimentos ritmados que a leva a um nível de excitação igual como imaginara nas últimas noites e manhãs solitárias da sua sofrida viuvez. A bolsa, aberta, cai do seu ombro virada para baixo e a chave surge à sua frente, como um prêmio para um final feliz.
Que ideia genial, vou pensar em novos desafios pra te provocar. Parabéns, Jô, começou com o pé direito....e deixou o final para a imaginação e cada um. Esperta vc
ResponderExcluirObrigada, comadre! Já me enviaram alguns e espero o seu também. Esse final foi mesmo obra provocar quem lê, rsrs.
ResponderExcluir*obra não, para. Eita corretor chato!
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