A verticalização acelerada nos bairros da orla de Salvador, amparada por um PDDU que tudo permite, desde 2016, segue o fenômeno nacional que o influente jornalista Bob Fernandes classificou, em debate no seu canal do YouTube com o radialista Mário Kertész e o também jornalista Jânio de Freitas (um dos mais renomados do país), no dia 15/9, como “estupro imobiliário das cidades”. Cadê o Iphan, o Ministério das Cidades???? Não estão percebendo esse processo? Ele pergunta. E nós também.
Bob cita em seu comentário dois grandes exemplos dessa verticalização na orla de Salvador: 8 torres de 18 andares anunciadas na praias de Stella Maris e 3 na do Buracão (esta última no Rio Vermelho), que se forem construídas causarão, inevitavelmente, o sombreamento da praia, uma das poucas coisas que a legislação ainda impede.
E são justamente esses dois exemplos, Stella Maris e Buracão, que estão puxando um processo de união de coletivos e movimentos pela revisão do PDDU, contra crimes ambientais como o sombreamento na praia, aterros de rios, substituição de restinga e todo tipo de vegetação nativa pela cultura do concreto. Em Stella Maris, só para ressaltar, da Pedra do Sal a Ipitanga a chamada “requalificação”, em andamento pela prefeitura de Salvador, evidencia essa prioridade. Um horror. Milhões em dinheiro público aplicado para cimentar a natureza, numa cidade com tantas carências de serviços públicos.
Tribuna PopularNa
segunda-feira (18/9), enquanto o presidente da Associação de Moradores da Rua Barro
Vermelho, Luiz Antônio de Souza, discursava da Tribuna Popular da Câmara de
Salvador, nas galerias representantes dos movimentos SOS Buracão, Coletivo
Stella Maris, Gambá e outros denunciavam, unidos, as ameaças da especulação
imobiliária na cidade, sobretudo na orla marítima, devido à liberação dos gabaritos
pelo famigerado PDDU aprovado na Casa. E pediam sua revisão imediata para
tentar barrar crimes ambientais como esses das torres de 18 andares nos dois
bairros.
Vereadora Marta Rodrigues
O vereador Augusto Vasconcelos (PcdoB), ouvidor da Câmara, parabenizou os movimentos pela união em torno de um tema comum e se colocou à disposição para a luta pela revisão do PDDU. A mesma postura foi adotada por Marta Rodrigues, Arnando Lessa e Tiago Ferreira (PT), Sílvio Humberto (PSB) e Laina Crisóstomo (PSOL). O vereador Isnard Araújo (PL) disse acreditar que o prefeito Bruno Reis aceitará revisar o PDDU, ao contrário do que declarou em entrevistas à imprensa.
A vereadora
licenciada de Salvador pelo PT, Maria Marighella, presidente da Funarte,
prestigiou a sessão da Câmara e fez parte da Mesa Diretora. Ela defendeu a instalação
da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente. Lessa sugeriu também a
formação de uma comissão suprapartidária para mediar o entendimento dos
movimentos de moradores com a prefeitura, o que foi acatado pelo presidente Carlos
Muniz (PSDB).
De
mãos dadas, os movimentos sinalizavam que estarão juntos, também, na Audiência
Pública que a Ouvidoria da Câmara e o Coletivo Stella Maris promoverão dia 5
de outubro, às 14h, no Auditório do Centro de Cultura. Será um momento para
reafirmação desse processo de unir vozes e intenções em favor de uma Salvador
mais respirável. Todos estão convidados.
Os vereadores Carlos Muniz, presidente da Câmara, e Marta Rodrigues, receberam manifesto do SOS Buracão
Que bom ter pelo menos uma boa acção em defesa da nossa natureza nesta terra
ResponderExcluirA união faz a força, vamos apostar nisso
ExcluirTamos juntas !
ResponderExcluirDistante e vibrando sucesso nos protestos. Deixem o sol brilhar no buracão! 🏝️🏄🧜
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