Joana D'Arck
A banana também dá nome a um gesto antigo do homem de enviar um "foda-se" para outra pessoa, seja por raiva ou por arrelia, como faziam as crianças tão inocentemente (já mandei muitas, kkkkkkkk). E isso me remete a uma história atribuída ao irreverente governador Otávio Mangabeira, que está no folclore político da Bahia e conto a seguir:
Num evento de "Beija-mão" no Palácio do Rio Branco, antiga sede oficial do governador do estado, quando o chefe do Executivo recebe os convidados para agradecer alguma benesse, eis que Otávio Mangabeira recebe o forte abraço do amigo Chico. E então perguntou:
-Chico, meu amigo, você nunca me pediu nada. Gostaria de fazer algo por você. Diga o que quer!
- Ôxe, tá me estranhando? Preciso de nada não. Pra mim, basta a nossa amizade.
-Sei disso, mas queria fazer algo por você ou a sua família. Não quer nada para um parente? insistiu o governador.
Chico acabou lançando o seu pedido:
- Tenho um sobrinho que tá se formando em Medicina e precisa trabalhar num hospital.
- Não se preocupe. Deixe o nome com a secretária e amanhã ele estará nomeado.
Chico foi pra casa todo garboso e arrotando vantagem e poder. No dia seguinte, correu pra ver o Diário Oficial e nada da nomeação do sobrinho. Fez cara amarela pra família e amigos, mas continuou esperançoso até uma semana depois de esmiuçar o D.O. e ouvir piadinhas e chacotas diárias sobre a sua amizade e influência.
Eis que numa segunda-feira Chico foi subindo a Rua Chile, onde fica o Palácio do Rio Branco e também passagem obrigatória para o seu ofício no comércio local, o governador saiu do Palácio para algum compromisso externo e, ao avistar o amigo ergueu o braço e fez um aceno. Chico não titubeou e tascou-lhe uma "banana" .
No dia seguinte, lá estava no D.O a nomeação do médico formando. E Chico então foi ao Palácio agradecer a benevolência. Tão logo adentrou ao gabinete, o governador se adiantou e confessou:
-Chico, meu amigo, que banana providencial aquela! Eu tinha esquecido do seu pedido!
Só sei que foi assim...
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