Dia de reflexão. Hoje, não foi só uma corrida. Foi um dia de alerta. O grito entalado na garganta ecoou forte: PAREM DE NOS MATAR!
Ainda não foi perfeito, mas foi bonito de ver, neste domingo (7), na orla de Piatã, dezenas de meninos de todas as idades, classes sociais e etnias se enlaçaram em uma única crença: “o fim da violência de gênero começa em nós". O primeiro passo foi dado, mas a caminhada é longa. Ao participarem da Corrida do Laço Branco, “meninos” como meu parceiro de vida e esporte, Paulino José, e o secretário estadual do Trabalho, Augusto Vasconcelos, mostram que vidas femininas importam e que depende do homem, principalmente, encerrar o ciclo de barbárie contra a mulher.
Promovida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM) em parceria com a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb/Setre), a Corrida do Laço Branco integra a campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Embora pensada para o público masculino – como um chamado ao compromisso de “homens pelo fim da violência de gênero” – a atividade acabou sendo aberta a todos os públicos.
Coube ao secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Augusto Vasconcelos, oficializar a largada da corrida, por volta das 6h30, na Praça de Piatã. Para ele, mais que um evento esportivo, a atividade representa “um ato de resistência, um passo em direção à vida, à dignidade e ao respeito”.
Ao final da corrida, a titular da SPM-BA, Neusa Cadore, agradeceu a participação de todos e todas, lembrando que “cada passo que vocês deram hoje, cada gesto, cada presença, ajuda a levar para todos os cantos da Bahia um debate que salva vidas: o debate que desnaturaliza a violência.
O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), entidades historicamente comprometidas com as pautas pelo fim das violências de gênero, estiveram representadas no evento.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que, em 2024, o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015. Ao todo, 1.492 mulheres foram vítimas – uma média de quatro mortes por dia. Ainda segundo o estudo, a taxa de feminicídios no país aumentou em 0,7% de 2023 para 2024.
Sobre o Laço Branco – Criada em 1991, a Campanha do Laço Branco teve como inspiração o chamado Massacre da École Polytechnique, chacina ocorrida em 6 de dezembro de 1989, em Montreal, no Canadá. Nessa data, um homem (cujo nome nem deve ser mencionado) matou 14 mulheres apenas por serem mulheres e estudantes de engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.
Em resposta à indignação e à comoção provocada pelo massacre, um grupo de homens canadenses se organizou para lançar a campanha, adotando o laço branco como símbolo de comprometimento de “não cometer, nem tolerar, nem silenciar” diante da violência contra mulheres. No Brasil, a data de 6 de dezembro foi oficializada pela Lei nº 11.489/2007 como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres — um marco institucional que reforça o envolvimento masculino no combate à violência de gênero.
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