Jaciara Santos: Meninos de todas as idades correm pela vida das mulheres

(As jornalistas Jaciara Santos e Isabel Santos, dirigentes da ABI-BA e do Sinjorba, integrantes da Comissão da Mulher do Sinjorba, participaram ativamente de toda a atividade. Vestiram a camisa, literalmente)

Foto: Paulino José dos Santos
Texto: Jaciara Santos 

Dia de reflexão. Hoje, não foi só uma corrida. Foi um dia de alerta. O grito entalado na garganta ecoou forte: PAREM DE NOS MATAR!

Foto: Ane Novo

Ainda não foi perfeito, mas foi bonito de ver, neste domingo (7), na orla de Piatã, dezenas de meninos de todas as idades, classes sociais e etnias se enlaçaram em uma única crença: “o fim da violência de gênero começa em nós". O primeiro passo foi dado, mas a caminhada é longa. Ao participarem da Corrida do Laço Branco, “meninos” como meu parceiro de vida e esporte, Paulino José, e o secretário estadual do Trabalho, Augusto Vasconcelos, mostram que vidas femininas importam e que depende do homem, principalmente, encerrar o ciclo de barbárie contra a mulher.

Promovida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM) em parceria com a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb/Setre), a Corrida do Laço Branco integra a campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Embora pensada para o público masculino – como um chamado ao compromisso de “homens pelo fim da violência de gênero” – a atividade acabou sendo aberta a todos os públicos.

Coube ao secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Augusto Vasconcelos, oficializar a largada da corrida, por volta das 6h30, na Praça de Piatã. Para ele, mais que um evento esportivo, a atividade representa “um ato de resistência, um passo em direção à vida, à dignidade e ao respeito”.

Ao final da corrida, a titular da SPM-BA, Neusa Cadore, agradeceu a participação de todos e todas, lembrando que “cada passo que vocês deram hoje, cada gesto, cada presença, ajuda a levar para todos os cantos da Bahia um debate que salva vidas: o debate que desnaturaliza a violência.

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), entidades historicamente comprometidas com as pautas pelo fim das violências de gênero, estiveram representadas no evento.

Foto: Ane Novo

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que, em 2024, o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015. Ao todo, 1.492 mulheres foram vítimas – uma média de quatro mortes por dia. Ainda segundo o estudo, a taxa de feminicídios no país aumentou em 0,7% de 2023 para 2024.

Sobre o Laço Branco – Criada em 1991, a Campanha do Laço Branco teve como inspiração o chamado Massacre da École Polytechnique, chacina ocorrida em 6 de dezembro de 1989, em Montreal, no Canadá. Nessa data, um homem (cujo nome nem deve ser mencionado) matou 14 mulheres apenas por serem mulheres e estudantes de engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.

Em resposta à indignação e à comoção provocada pelo massacre, um grupo de homens canadenses se organizou para lançar a campanha, adotando o laço branco como símbolo de comprometimento de “não cometer, nem tolerar, nem silenciar” diante da violência contra mulheres. No Brasil, a data de 6 de dezembro foi oficializada pela Lei nº 11.489/2007 como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres — um marco institucional que reforça o envolvimento masculino no combate à violência de gênero.

Obrigada parça @paulinojosedossantos por estar colado. @sinjorba e @abi_bahia estiveram representados.
Vídeo: Paulino José dos Santos e o secretário Augusto Vasconcelos

Foto: Vado Diamante  (Vado Diamante e Márcio Vitorino)

Fotos: Ane Novo






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