Eleição de 2018, votando com um livro para simbolizar a opção por uma candidatura comprometida coma educação e a cultura e não com as armas e o retrocesso |
O nome poderoso veio de batismo. Nossa heroína da vez, Joana D´Arck, é daquelas que tem fogo nas ventas. Não leva desaforo pra casa. nem quando, toda cheirosinha, foi chamada de “mal cheirosa” por um animal que por ser desembargador se achava no direito de dar patadas quando acordava de ovo virado. E Jô foi uma das vítimas. Botou ele no lugar, que ela não era moleque de recado. Voltou pra redação da Tribuna da Bahia espumando de raiva, chorosa...Mas Carmelinha, nossa editora, deu o troco e o sujeito passou um tempo “na geladeira”. Bem feito.
Joaninha tem um quesito a mais no comadrio das jornalistas. Além de colega, irmã e comadre virou também cunhada. A afinidade era tanta que dei um jeito de entrar na família. Conheci primeiro Sinval, então assessor da Limpurb e eu repórter do Jornal da Bahia, comecinho da carreira. Hoje somos inseparáveis mesmo quando estamos separadas.
Ah! Ia esquecendo: é chefinha também, afinal sou ou não âncora do Pilha?
E
Emiliano José nos brindou com mais um capítulo fantástico dessas memórias, as
aventuras de Joana D´Arck no jornalismo. Entre as muitas lembranças, destaque
para a Caravana da Cidadania, de Lula, pelo São Francisco, coincidindo com o
dia do LulaLivre. E novamente ela pertinho do ex-presidente petista, toda blogueirinha do Pilha. E eu do lado
de fora desejando entrar. Petralha é uma coisa séria....somos, com muito
orgulho.
Te amooooo Jojô
Te amooooo Jojô
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#MemóriasJornalismoEmiliano – Joana
Emiliano José
5 de novembro 2019
Menina esquisita
Nasceu em Itambé, município das cercanias de Vitória da Conquista.
Família numerosa.
A acreditar em Mônica Bichara, a mãe tinha parecença com Jaciara.
Toda hora, prenha.
Irmãos não lhe faltavam: tinha 11.
Joana D'Arck chega a Salvador aos dez anos.
A mãe sempre a mãe se virava nos trinta.
Cozinhava praquela renca de gente e buscava uns trocados num salão de beleza montado às pressas.
Ou mais tarde comandando um ateliê de costura montado na própria casa.
Modernamente, uma empreendedora.
O pai, caminhoneiro estrada afora.
Depois, Kombeiro.
Mais tarde, funcionário público na Justiça.
Estuda em escola pública até chegar ao primeiro colegial, quando ingressa no Colégio Águia.
No terceiro ano, assiste a uma passeata de estudantes no centro da cidade contra o prefeito Mário Kertész por conta do aumento das passagens de ônibus.
Aqui começa o interesse pela política.
Não sabe direito como se interessou pelo jornalismo.
Dá pistas.
Sempre foi leitora obsessiva.
Lia tudo surgido à sua frente.
Havia momentos de o mundaréu de gente da família estar comendo, assistindo tevê, fazendo balbúrdia qualquer, e ela restava recolhida quietinha quietinha letras que te quero letras embaixo da mesa.
Achavam-na um pouco esquisita, tal o seu interesse por livros.
Há mãe há pai a não gostar dessa mania pode apertar demais a mente.
Vá brincar, minha filha - ouvia de quando em vez.
Sonho da mãe: fosse médica.
Cuidar dos outros.
E ganhar algum dinheiro.
Do pai, advogada.
Brilhando nos tribunais.
Joana D'Arck nem aí para as preferências dos pais.
A mãe um dia falou um dia sobre um tio dela, jornalista e escritor.
Leu "Alina", de autoria dele, Hormindo Cunha.
O jornalismo começava a rondá-la.
Havia, ainda, uns amigos das irmãs mais velhas, do "Diário de Notícias.
Um deles, amigo de Guido Guerra, jornalista e escritor.
Não se apaixonou.
Ainda não.
Terceiro ano colegial, hora de decidir.
Então, a ideia do jornalismo lhe veio...
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Mônica Bichara: Eitcha que vem mais emoção por aí....as comadres-irmãs que o jornalismo me deu. Essa Joana D'arck, pra "piorar" a situação, ainda virou cunhada, pra a gente não se desgrudar mesmo
Joana D'arck: hehehe...a gente tem muita história pra contar e pra fazer nesse comadrio
Jaciara Santos: E lá vai Emiliano, navegando (sem baleias e sem cobrinhas) nas caudalosas águas das cumádis... Bora!
Nelson Simões: Emiliano, ela é minha conterrânea. Sabe a família dela?
Emiliano José: Nelson Simões Já já
Joana D'arck: Oi Nelson. Sou Neta de Dona Luiza e Seu Dozinho. Meu pai, Etelvino Mendes, mais conhecido como Tezinho. Assim eram conhecidos na cidade.
Nelson Simões: Seo Tezinho. Lembro sim. Sou dos Amorim. Neto de Julio e Laura Amorim. Mundinho, esse
Joana D'arck: Nelson Simões apois! Eu nem sabia que vc é meu conterrâneo. Legal. Acho que essa iniciativa de Emiliano ainda vai trazer muita revelação!
Emiliano José: Joana D'arck Fico feliz de provocar encontros.
Nelson Simões: Além de História...
Helena Braga: Conheci Sr Júlio Amorim e D Laura
Sara Mercês: Emocionada com o relato da história da nossa querida companheira guerreira, Joana D'arck!! Obrigada, Emiliano!!
Nelson Simões: Helena, você também é itambeense?
Joana D'arck: Nelson Simões é minha irmã.
Nelson Simões: Tá explicado.
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Campanha pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor |
Emiliano José
6 de novembro 2019
ACM sendo ACM
Voltou a pensar no Jornalismo.
Tentou UFBA.
Não passou.
Foi atrás de Letras Vernáculas com Inglês na Universidade Católica.
Um semestre, e desiste.
Faz novo vestibular e ingressa na UFBA.
O jornalismo a toma pelas mãos sai cavando estágios transita por agência de publicidade jornalzinho e por fim na Secretaria de Comunicação do governo João Durval Carneiro.
Aqui, Joana D'Arck conhece o mundo profissional: encontra Ronaldo Macedo, Lúcia Ferreira, Aroldo Aquiles, Wellington Aragão, Clarissa Amaral, Lúcia Berbeth, Selma Morais, Oldair Matos.
Bebeu na fonte dos mais velhos.
Nem tão mais velhos.
Mas, novos fossem, sabiam onde as cobras dormiam.
Foi seu grande primeiro aprendizado.
Ambiente de profissionais de acentuada veia crítica, onde se respirava alegria e se cultivava amizade.
Às vezes, ia além da amizade.
Novinha novinha, foi nesse ambiente o encontro, bendito encontro, com Sinval Soares, chegado para ser copydesk na metade do estágio dela.
Estão casados até hoje.
Na roda de jornalistas, são poucos os casamentos de tal longevidade.
Ou me engano, Navarrinho?
Agora, carteira assinada mesmo, bendita carteira de trabalho assinada, essa espécie em extinção nos dias atuais, só foi ter no segundo semestre de 1986, no 'Correio da Bahia".
Foi nesse jornal a primeira sensação de ser demitida, ainda no segundo semestre daquele ano memorável da vitória de Waldir Pires para o governo do Estado.
Foi no caso dos pontapés de ACM no repórter Antônio Fraga, da TV Itapoan.
Jovem e impetuoso, perguntou ao então ministro das Comunicações como se sentia sendo vaiado em pleno Clube Bahiano de Tênis onde votaria, ambiente onde antes era costumeiramente aplaudido.
Foi perguntar isso e ouvir impropérios, ameaças, e receber pontapés.
É, ACM era de pontapés, agressões, a porra toda.
Imprensa pra ele, só a favor.
Joana D'Arck e mais cinco jornalistas do "Correio" assinaram manifesto de repúdio ao ministro.
A imprensa merecia respeito.
Os seis foram demitidos.
ACM era brincadeira?
Arbítrio puro.
Era dono do jornal.
Ia deixar isso barato?
O ministro não contava, no entanto...
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Paulo César Gomes: Só um reparo, mestre, o Antônio Fraga era no episódio da agressão, repórter da TV Itapoan.
Emiliano José: Com certeza, Paulo? Tive a informação de Joana e não conferi. Obrigado.
Paulo César Gomes: Absoluta. Ele foi para a Aratu algum tempo depois. Era da Itapoan de Pedro Irujo quer fazia ferrenha oposição a ACM. No episódio a emissora inclusive foi tirada do ar, pelo então ministro. Ficou quase um dia sem o sinal.
Paulo César Gomes: Observe na imagem ainda da reportagem disponível no YouTube, a logomarca da Itapoan no microfone.
Emiliano José: Paulo César Gomes Mata a cobra e mostra a cobra morta. Gratíssimo.
Paulo César Gomes: Tanto assim na resposta ele diz: "Não, o povo não me falou não..Falou ao Pedro Ótimo e ao Luiz Pedro Irujo!" (Proprietários da TV Itapoan). O 'N' da canopla do microfone é o do Sistema Nordeste de Comunicação, da Família do espanhol.
Paulo Paranhos: Então Emiliano a TV Itaporã foi que deu todo apoio a campanha de Waldir eu tinha uma equipe deles alocada a D&É que fazia a cobertura total das viagens de Waldir este episódio no Bahiano de tênis ficou conhecido como o pontapé do malvadeza o Fraga repórter corajoso saiu de lá com a canela inchada kkk sinal de desespero do ACM fragorosamente derrotado
Soraya Públio Mesquita: Lembro bem do episódio. Eu era editora de texto e redatora do jornalismo da TV Itapoan na época. O valente Fraguinha, com pouco tempo na carreira de repórter, foi aplaudido na redação.
Emiliano José: Corrigido. Você está certo. Muito grato, meu velho!
Claudia Moreira de Carvalho: Texto maravilhoso 🏼
Mônica Bichara: Orgulho da comadre e dos colegas q não se intimidaram. Foi uma época braba, de muitas agressões. E TB muitas reações
Jaciara Santos: Foi aquele do "respeita o ministro, filadaputa"?
Mônica Bichara: deu um chute na canela dele e xingou
Jaciara Santos: fiquei sabendo depois.
Jaciara Santos: Antes, ainda governador, na época da visita do Papa, estava do lado, quando ele deu uma cotovelada na repórter da Itapoan. Lucinha (não lembro o sobrenome, lembro dela, miudinha, tipo mignon)
Jorginho Ramos: Jaciara Santos deve ter sido Lúcia Almeida
Jaciara Santos: Jorginho Ramos pode ser, querido...
Mônica Bichara: Teve o caso de Casemiro Neto tb
Joana D'arck: Vixe! De ACM, quem viveu o tempo dele tem alguma história bruta pra contar, de vivência própria ou de alguma pessoa próxima.
Mônica Bichara: Verdade, ninguém escapava
Liliana Peixinho: Na época que eu trabalhava em Economia, fui perguntar a ACM sobre o caso da NEC - ele era ministro das Comunicações) - não gostou da minha pergunta (o fato foi no Aeroporto) e me deu um empurrão que tive que ser amparada por colegas jornalistas! Enfrentei a fera de frente! Nunca vou esquecer desse dia! Traumatizante!
Jaciara Santos: Liliana Peixinho menina, dessa eu não sabia
Liliana Peixinho: Poderia ter gerado outra pauta, hein Jaci!! Mas, o foco era mesmo a NEC!
Mônica Bichara: TB não sabia. Truculento p aquele ali era elogio
Isabel Santos: Também desconhecia esse episódio. Na era ACM, a expectativa em torno de quem seria a próxima vítima era a tônica, Jô (Joana D'arck). Certa vez, ao fim de uma entrevista em seu gabinete, ele, se mostrando descontraído, sorrindo, pegou no meu pescoço. Gelei.
Jaciara Santos: Isabel Santos fez carinho ou tentou lhe esganar?!...
Mônica Bichara: os as duas coisas?
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Com Ipê, Ana Calazans e Raul Monteiro, no fumódromo da Tribuna da Bahia |
Emiliano José
7 de novembro 2019
Os 18 do Forte, os 6 do "Correio"
O uso do cachimbo faz a boca torta: ACM considerava sempre o rebanho servil, pouco afeito à insubmissão.
Não contava com nenhuma rebelião.
Inda mais de empregados seus.
Assim os encarava: os jornalistas eram seus empregados.
E não podiam contrariá-lo.
Não bastasse aquele moleque pau mandado de Pedro Irujo a desafiá-lo, e apareciam agora seus empregados a contestá-lo, como se pudessem.
Demita-se todos - foi sua ordem.
Seu decreto.
Os jornalistas simplesmente indignaram-se com a atitude violenta e desrespeitosa de ACM com Fraguinha, como era conhecido Antônio Fraga.
Afinal, consideravam: um homem público, ministro, dono de jornal, tem obrigação de responder a qualquer pergunta.
Não tinha o direito de reagir daquela maneira.
Na história, lembre-se o episódio dos 18 do Forte - 17 militares e um civil a desafiar a República Velha marchando pela praia de Copacabana em 1922, presos, mas marcando o primeiro passo da luta do movimento tenentista, a desembocar na Coluna Prestes.
Na Bahia, os 6 do "Correio da Bahia".
Muitas dezenas trabalhavam no jornal.
Apenas seis botaram o pescoço na guilhotina: Clarissa Amaral, Lúcia Berbet, Luís Francisco, Alcideia Oliveira, Euler Dantas, e Joana D'Arck, a honrar o nome.
O manifesto de repúdio foi colado no mural.
A demissão dos 18 do Forte, opa, dos 6 do "Correio", aconteceu no dia seguinte.
Souberam ao chegar a redação, logo no início da manhã.
Os companheiros, as companheiras de redação parafrasearam Paulinho da Viola tá legal eu aceito o argumento mas não me altere o samba tanto assim.
Não tinham assinando o manifesto, sabiam que o home era autoritário, mas não aceitavam a demissão dos 18 do Forte, opa, dos 6 do "Correio".
Máquinas paradas.
Quem já havia feito matéria, arrancou bruscamente o papel da máquina.
Só seria entregue se houvesse readmissão.
Quem tinha pauta para cumprir, não arredou pé da redação.
Os chegados no início da tarde, aderiram à paralisação.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia foi acionado para mediar o conflito.
A direção do jornal pegou pesado.
Nada de negociação.
Fiel ao estilo ACM.
Os jornalistas, firmes.
Impasse...
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Joana D'arck: Bem assim Emiliano. Chega me emocionou lembrar esse episódio, do qual me orgulho da nossa postura e da solidariedade dos colegas.
Mônica Bichara: De emocionar mesmo, comadre, foram tempos difíceis. Adorei o nome da revolta "os 6 do Correio", Emiliano José
Isabel Santos: Que emocionante, Emiliano José. Sempre me emociono quando a categoria busca ser respeitada. Naqueles tristes 'tempos' então... Os 6 do "Correio" nos orgulha.
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Diretoria do Sinjorba, gestão presidida por Raimundo Lima |
Emiliano José
8 de novembro 2019
ACM recua
A redação se levantou.
E a direção do "Correio da Bahia" radicalizou. Os jornalistas só voltariam ao trabalho se a demissão dos seis colegas fosse revista.
Não tinha outra negociação.
Os donos do jornal dobraram a aposta: a partir dali, ninguém entrava, ninguém saía.
E ninguém fala pra fora.
Todos os telefones foram desligados.
E não havia celular ainda.
Jornalistas ilhados.
Não podiam sequer denunciar o arbítrio.
Falar com alguma emissora, com algum outro jornal.
Prisão jornaliciar.
Meteram a mãe no meio.
As mães de Cissa e de Lúcia deram entrevista à TV Itapoan denunciando tudo.
A TV Itapoan era a casa de Fraguinha, a vítima de ACM.
O dono era Pedro Irujo.
Como se sabe, Irujo apoiava Waldir Pires contra Josaphat Marinho, o candidato de ACM.
O fato é que as jornalistas, os jornalistas do "Correio" estavam ilhados.
Prisioneiros.
E firmes: ou o jornal demite todos ou nenhum.
Solidariedade de classe.
Final da tarde, e o jornal recuou.
Ninguém seria demitido.
Foi uma grande vitória.
Os donos do jornal sabiam dos novos ventos.
Seguramente, tinham noção da vitória de Waldir.
Talvez não imaginassem ainda o tamanho da surra.
Waldir venceria Josaphat por uma diferença de quase um milhão e meio de votos.
Quem sabe, os diretores tenham ponderado com ACM e ele compreendido ser melhor recuar.
O mar não estava pra peixe.
E recuou.
E essa atitude jamais seria tomada sem o aval de ACM.
Todos então, às 17 horas, voltaram ao trabalho para fechar a edição do dia seguinte.
Aquele 15 de novembro de 1986 jamais seria esquecido.
Pela história.
Pela vitória de Waldir.
Pelos "6 do Correio".
Joana D'Arck, inquieta, consciente, vai embarcar noutra greve, três anos depois.
Militante não para.
A insatisfação salarial gritava nas redações.
Havia muito tempo sem uma mobilização frontal, decisiva.
O Sindicato levou a pauta da data-base às redações e informações sobre as primeiras conversas com os patrões.
Nada, não ofereciam o mínimo para reparar a enorme defasagem dos salários em tempos de inflação galopante.
1989 era um ano simbólico.
O primeiro depois da Constituição de 1988, o grande pacto social e político pós-ditadura.
O país respirava um novo tempo...
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Roze Val: Ótima lembrança!!!!
Joaquim Lisboa Neto: Prisão jornaliciar. Essa eu não conhecia.
Emiliano José: Nem eu
Emiliano José: A gente inventa
Mônica Bichara: Também adorei, registre a patente kkkkkk foi exatamente o que aconteceu
Mônica Bichara: Mais uma grande lembrança dessa fase do jornalismo baiano que precisava ser contada. Cada um tem um causo de violência e agressividade pra contar dos tempos do velho ACM. Boas lembranças, Joana D'arck. Orgulho explodindo dessas comadres do jornalismo
Kleber Santana: Ainda recém chegado à Bahia fui fazer uma entrevista para trabalhar no Correio da Bahia. O posto seria de cobrir a Assembleia destacando tudo de bom que o carlismo fazia. Desempregado, disse que não. Minha grande amiga Valéria Silveira deve lembrar
Valéria Silveira: Kleber Santana como esquecer?!
Alyne Costa: A Emiliano... Nesse tempo eu ainda não votava, mas fiz tanta campanha pra Waldir!
Emiliano José: Alyne Costa Muito bom.
Alyne Costa: Emiliano José Nunca me esqueci! Waldir, Virgildásio Sena q tb fiz campanha pra Prefeito qdo ainda nem votava!
Emiliano José: Alyne Costa Começou cedo, na boa estrada.
Alyne Costa: Emiliano José gratidão... E, tempos depois votei em vc pq lia seus artigos no caderno do Ceas!
Emiliano José: Alyne Costa Honrado.
Alyne Costa: Emiliano José Idem!
Roberto Varjão: A gente estava Lá!
Adalgisa Silveira: Muito triste para todos que votaram em Waldir, depois ele entregou o governo para o vice Nilo. Muita luta e vitória para ser desprezada e colocada na lata do lixo.
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Emiliano José
9 de novembro 2019
13 dias que abalaram o jornalismo baiano
Lula livre!
Hoje, Lula, depois de uma prisão arbitrária, volta livre para abraçar seu País.
E contribuir decisivamente para a luta em favor da igualdade e da democracia.
É do ano de 1988 a nossa prosa de hoje.
Os jornalistas se movimentavam para melhorar suas condições de trabalho e seus salários.
Os repórteres da "Tribuna da Bahia" e do "Jornal da Bahia", de modo especial.
Havia uma condição favorável: trabalhavam no mesmo prédio.
O prédio construído para ser sede da "Tribuna" à Rua Djalma Dutra abrigava agora também o "Jornal da Bahia".
"Tribuna" funcionando no terceiro andar.
"Jornal da Bahia", no primeiro.
Houve um acordo entre os empresários, e o "Jornal da Bahia" passou a funcionar ali.
Os repórteres se cruzavam diariamente e conversavam e refletiam.
Vida dura, aquela.
Cumprir não sei quantas pautas, uma correria dos diabos.
Carga horária estafante.
Condições de trabalho precárias.
Salários indignos.
Tomada de consciência.
Afastando as ilusões sobre o glamour da profissão.
Assumir a condição de trabalhadores.
Os repórteres resolveram parar.
Sem eles, muito difícil colocar os jornais na rua.
As direções poderiam fazê-lo caso conseguissem levar os editores a escrever feito doidos, preencher espaços com abobrinhas, fechar as publicações com lero-lero.
Não por acaso, constatada a greve, patrões chamam editores: adesão à greve é carta de demissão.
Os jornais vão sendo fechados na tora.
Fechar jornal é jargão jornalístico – é quando o jornal é aprontado para descer à gráfica, quando é editado, finalizado, para impressão.
Repórteres, braços cruzados.
Dois dias, e os editores entram de cabeça na greve.
Passam a participar da assembleia permanente das escadarias do prédio da rua Djalma Dutra.
Joana D'arck sempre ativa.
O movimento ganhou projeção, força, jornalistas do "Correio da Bahia" entraram, desafiaram o autoritarismo de ACM.
A greve foi decisão de assembleia do Sindicato, presidido por Raimundo Lima.
13 dias de luta.
Teve até música, letra de Raimundo Lima.
Embalou greve e passeata pelo centro da cidade.
“Que arerê”,o nome da música.
“Chega!
Eu sou muito explorado.
Não ficar calado.
Assim já é demais!
Chega!
Não aceito migalha
Ou dão salário que valha
Ou paro os jornais
O patrão duvidou
Mas em greve eu estou
O patrão duvidou
E todo mundo parou
Que arerê! Que arerê!
Entesou,
eu não vou trabalhar
Que arerê! Que arerê!
Eu só vou quando a grana aumentar”.
A Justiça do Trabalho reconheceu a legalidade da greve.
O reajuste conseguido não foi o esperado, mas parar os jornais por si só fora uma vitória.
Jornais deixaram de ir às bancas e isso impôs a negociação.
Os jornalistas se reconheciam como trabalhadores.
Tais e quais os demais assalariados.
Souberam assimilar a palavra de ordem ouvida em tantas assembléias e passeatas de outras greves:
- Você é explorado! Não fique aí parado!
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Mônica Bichara: Essa greve foi histórica e realmente a união das duas redações em um prédio favoreceu e fortaleceu o movimento. O sindicato era presença constante na mobilização
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Com o ex-deputado e conselheiro Zilton Rocha, comemorando resultado das eleições na Bahia |
Emiliano José
10 de novembro 2019
Repórter de rodapé
O clima no "Correio" depois da paralisação de 1986 tornou-se insuportável para Joana D'arck.
Janeiro de 1987 e desembarcava de mala e cuia na "Tribuna da Bahia".
O jornal desenvolvia um novo e ambicioso projeto gráfico e editorial.
Pretendia desafiar "A Tarde", o campeão de vendas e assinaturas.
Apostava especialmente no Caderno de Cidade, onde Joana começou.
O chefe de reportagem era Waldemir Santana.
O subeditor geral, Bené Simões.
Os dois, incentivadores e críticos.
Foi se firmando.
Comemora dois prêmios na passagem pela "Tribuna".
Um, pela matéria "Polo: qual o preço a pagar pelo progresso", concedido pelo Centro de Recursos Ambientais, do governo do Estado.
Outro, da Associação Bahiana de Imprensa, reportagem em Feira de Santana sobre médicos exercendo atividades políticas realizando ligadura de trompas em mulheres pobres em troca de votos nas eleições municipais.
Jaciara Santos, ao substituir Waldemir Santana, estimulou-a mais ainda, junto com Jolivaldo Freitas.
Foi plantonista por seis meses, cobriu não sabe quantas assembleias de trabalhadores em greve, virou repórter especial da edição de Domingo, Grant Mariano editor, pauteiro Washington Souza, seguido de César Barrocas.
Faz um registro especial: o convívio com Jadson Oliveira, secretário de Redação, "responsável pelas manchetes maís geniais da época".
Com ele, tomou gosto também pela edição, adorava descobrir títulos.
Foi despertada para a cobertura política.
Trabalhou sob a direção de Carmela Talento, cobrindo Câmara Municipal e o prefeito Fernando José.
Prefeito e Câmara não tinham muito prestígio no jornalismo.
Assembleia Legislativa e o governo do Estado ganhavam de 7 a 1, quase invariavelmente.
Mônica Bichara, acostumada a perder a amiga mas não perder a piada, chamava Joana de "repórter de rodapé".
Mas, houve momentos de destaque, de fuga dos rodapés.
Num deles, foi manchete de primeira.
Denunciou numa série de matérias a superlotação de funcionários na folha de pagamentos da Câmara Municipal.
Osório Vilas Boas, presidente da Casa, e Maltez Leone, secretário da Mesa, pediram a cabeça dela.
"Tribuna" não cedeu.
E olhem: Joana participava de comissões de redação, defendendo os interesses dos colegas.
Isso a levou à participação de duas gestões do Sindicato de Jornalistas da Bahia, as de Raimundo Lima e Alberto Freitas.
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Mônica Bichara: Hahaha a gente ria muito, mas era só brincadeirinha pq Joaninha brocava na cobertura, era o terror de Osório. "Lá vem a Japinha" , apontava ele esperando a bronca do dia
Carmela Talento: Muito bom quando se tem histórias para contar .Joana D'arck, Mônica Bichara, Jaciara Santos, Isabel Santos escreveram uma parte importante da história do jornalismo da Bahia
Mônica Bichara: Carmela, curiosa para ver suas páginas, aí é q é história
Emiliano José: Mônica Bichara Depois de Joaninha...
Mônica Bichara: ansiosa. Mas lembre, Carmela Talento, não vale contar as broncas q dava n'agente. "Vai chorar, maneé?". Aí era q eu chorava mesmo
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Emiliano
José
11
de Novembro 2019
Aprendiz de ACM
Na
editoria de Política, Joana D'arck fez de um tudo.
Lembra
com carinho da cobertura das três meninas para governo de Estado e Prefeitura
de Salvador.
As
três meninas: Lídice, Salete e Bete.
Chegaram
como um furacão.
Tiveram
coisa de dez por cento na eleição majoritária do Estado em chapa encabeçada por
Lídice.
Em
Salvador, ganharam: Lídice prefeita eleita em 1992.
Chegou
a cobrir Assembleia Legislativa e finalmente foi encarregada do Tribunal
Regional Eleitoral (TRE).
O
presidente do TRE, desembargador Luiz Pedreira, um dia, a surpreende com um
ataque de fúria na frente de todo o mundo.
Desembestou
a falar não dou mais entrevista para o seu jornal trate de levar esse recado
pra Joaci Góes não recebo mais ninguém da Tribuna.
No
dia anterior, a "Tribuna" publicara matéria de críticas â gestão de
Pedreira.
Ela,
estupefata.
Em
estado de choque por alguns instantes.
Recuperou-se.
Levantou
a cabeça.
O
desaforado presidente não ficaria sem resposta:
-
Não sou moleque de recados. O senhor mesmo vá dizer o que bem entender ao dono
do jornal. Agora, como homem público, seu dever é o de prestar contas à
sociedade sobre sua gestão à frente do TRE.
Trêmula,
estava.
Mas,
de alma lavada.
Cabeça
erguida.
Ao
chegar à redação, a editora Carmela Talento propõe:
-
Sente, escreva, conte tudo, não esconda nada.
Matéria
foi cabeça de página.
Luíz
Pedreira pagou caro pelo destempero.
Houve
ampla repercussão, especialmente na Assembleia Legislativa.
Deputados
da oposição sentaram o cacete.
Pedreira
era dado a chiliques autoritários.
Aprendiz
de ACM, seu chefe.
Uma
vez chegou a dizer que eu devia estar preso, eleição de 1990.
Pensei:
de novo?
Pedreira
não descansou, no entanto.
Proibiu
a entrada de Joana no TRE.
Revelou
sua misoginia: em coletiva, histérico, passou a falar o diabo de Joana,
cheirava mal, não tomava banho, sentava sem compostura na poltrona de sua
antessala, mulher sem classe.
Pra
quê...
A
"Tribuna" não deixou barato.
Publicou
a fala dele e ironizou em manchete:
"Juiz
cheira repórter e acha desagradável".
A
legenda da foto dele, sarcástica:
"Pedreira
estava de banho tomado".
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
COMENTÁRIOS
Joana D'arck: Nossa! Relembrar
isso neste momento de autoritarismos ameaçando se espalhar chega a provocar
arrepios. Esse episódio foi duro, Emiliano. Você descreveu muito bem, sabe
melhor que ninguém o que é enfrentar os que se acham donos do poder.
Emiliano José: Joana D'arck Nem
contei o episódio comigo como deveria. Conto em outro momento. Ele era um filho
da puta.
Joana D'arck: Emiliano José
conte tudo!
Emiliano José: Joana D'arck aí
é vida política. Conto outra hora.
Mônica Bichara: Dia
inesquecível, Jô toda cheirosinha não aceitava ter sido chamada de porca. Eu
cobria uma passeata e ela chegou chorando de raiva, arrasada. Mas na frente
dele tirou de letra, baixinha ousada que ela sempre foi.....Filhote de ACM
truculento, sacana, chamar minha comadre, uma lady, de mulher sem classe. Ele
recebeu o troco que merecia, Carmela Talento jogou duro na edição. E Emiliano
José jogou duro nas memórias
Paulo César Gomes: Brilhante,
Emiliano!👏👏
Emiliano José: Paulo César
Gomes Obrigado, meu velho!
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Entregando ao deputado Waldenor Pereira o prêmio Troféu Imprensa-Destaque Parlamentar da Assembleia Legislativa da Bahia |
Emiliano
José
12
de Novembro 2019
Seduzida pela
política
Joana
D'arck sendo Joana D'arck, não entendeu o silêncio da Associação Bahiana de
Imprensa (ABI) diante da sórdida agressão do desembargador Luiz Pedreira.
Não
saiu em defesa da profissional.
Não
saiu em defesa da liberdade de Imprensa.
Não
defendeu deva o homem público estar sempre pronto a prestar informações à
sociedade.
Vida
que segue.
Acumula
reportagem com edição da página de Nacional e Internacional, estimulada por
Carmela Talento,.
Ascendendo,
passou a fechar a primeira página, das tarefas mais arriscadas para uma
jornalista, ainda mais se novata.
Jadson
Oliveira, antes de sair de férias,. indicou-a para substituí-lo durante sua
ausência.
Tremeu.
Ficou
nervosa.
Mas,
aceitou.
Medo
terrível de errar.
E
na primeira página, o erro grita, todo mundo vê.
Desafio
é desafio.
Encoraja.
Empurra.
Saiu-se
bem.
Teve
manchetes depois elogiadas até por Jadson Oliveira.
Início
da década de 1990, e inicia uma fase da qual não se orgulha.
Dificuldades
de sobrevivência levam-na a conciliar assessoria de imprensa da bancada do PSDB
e o trabalho no jornal.
O
dilema de consciência provoca sua desistência da assessoria.
Ficou
só com o trabalho no jornal.
Em
1994, integra assessoria de Jutahy Magalhães Júnior, candidato a governador
pelo PSDB, alinhado com a candidatura Lula, e em cuja chapa figuravam Waldir
Pires e Zezéu Ribeiro como candidatos ao Senado.
A
assessoria era comandada por Raimundo Lima.
Começou
com um bocado de jornalistas.
Terminou
com ela, Pedro Formigli e o próprio Raimundo Lima.
Nesse
trabalho, despediu-se da velha máquina de escrever.
Debaixo
do braço, um laptop a enfrentar a estafante jornada de uma campanha Bahia
afora.
Seis
sete cidades por dia dorme algumas horas levanta às cinco digita a matéria do
dia anterior envia pra Salvador por fax volta correndo para juntar-se à
caravana seguir rotina.
Dali
em diante, não volta mais à redação de jornal.
Embrenhou-se
na assessoria política.
Sempre
com a esquerda.
Lídice
da Mata, Juca Ferreira, Zezéu Ribeiro, Zilton Rocha, Walter Pinheiro, Waldir
Pires.
E
há 16 anos é assessora de imprensa do hoje deputado federal Waldenor Pereira.
Acumulada
há nove anos com a assessoria ao deputado estadual José Raimundo, Waldenor e
ele uma dobradinha inseparável.
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Mônica Bichara: A dobradinha
Jadson Oliveira e Joana D'arck era imbatível nas manchetes da primeira página
Joana D'arck: ai, ai...isso
aqui tá bom demais! Tô me achando nessas memórias☺️
Jadson Oliveira: Companheira
Joaninha, depois da "glória" na redação, faltam as estiradas
gloriosas no Abaixadinho...
Emiliano José: Gostaria de
saber dessas esticadas... Joaninha escondeu...
Joana D'arck: Tem muita coisa
sim, mas dessas você tem muito mais pra contar.
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Assessores e imprensa com Lula na Caravana da Cidadania |
Emiliano
José
13
de novembro 2019
La nave va,
Caravana da Cidadania
De
Carinhanha a Juazeiro pelo Rio São Francisco.
Essa
foi a epopeia da Caravana da Cidadania em 1994, na etapa baiana, liderada por
Lula.
Joana
D'arck estava nessa barca.
Era
da assessoria de imprensa da chapa majoritária, chefiada por Raimundo Lima, e
integrada, ainda, por Elieser César, Viviane Falcão e Sílvia Araújo.
Ela
embarcou em Bom Jesus da Lapa, terra de muita fé e grande romaria.
Primeira
parada da Caravana.
Deparou
com Leonardo Boff, com os deputados Paulo Jackson e Alcides Modesto, com Paulo
Rangel, mais tarde deputado, com José Sérgio Gabrielli, entre tantos
embarcados.
Composição
diversificada: jornalistas, religiosos, sindicalistas, intelectuais, técnicos,
políticos.
Mais
de quarenta pessoas acompanham Lula nessa segunda tentativa de chegar à
presidência da República.
Lula,
àquele momento, estava bem nas pesquisas.
Na
Bahia, o PT apoia a candidatura a governador do PSDB, Jutahy Magalhães Júnior.
Os
candidatos ao Senado eram Waldir Pires e Zezéu Ribeiro.
Essa
aliança só foi possível devido à discordância dos tucanos baianos em torno da
aliança de FHC com ACM.
Jutahy,
Waldir, Zezéu estavam todos na barca, navegando pra Juazeiro.
Uma
jornada dura, própria de quem se propunha a conhecer as profundezas do Brasil.
Mais
de três dias dormindo em redes e colchonetes.
Lula,
Marisa e os filhos, ainda pequenos, e alguns poucos assessores iam num barco
menor, preso à embarcação principal.
Não
fosse assim, e Lula não teria um minuto de sossego.
Numa
madrugada, ele resolveu contemplar o sol nascer, sozinho.
Sozinho,
vírgula.
Um
fotógrafo atento o flagrou.
Não
haveria solidão possível.
Antes
de entrar na embarcação em Carinhanha, Lula parou.
Olhava
para a paisagem seca vidas secas vegetação mirrada quase nenhuma memória
infância.
Recostou
numa árvore ressequida para continuar a contemplação.
Ah,
começou a tempestade de clicks.
A
árvore de tronco fino fazia a festa dos fotógrafos.
Lula
podia ser clicado de vários ângulos.
Podia.
Mas,
houve uma concentração de todos num único ponto, a causar uma aglomeração
absurda, uma desnecessária disputa de espaço.
Uma
cena hilária, relembra Joana.
-
Fosse hoje, registraria essa disputa e postava nas redes sociais. Garanto: ia
gerar milhares de curtidas, comentários e muitos kkkkkk.
Confessa:
"nós da imprensa somos muito chatos, inconvenientes muitas vezes".
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Mônica Bichara: Essa caravana da
Cidadania foi uma das coisas mais empolgantes q já se viu em campanha política
no Brasil. E participar disso foi realmente uma experiência única, até eu q não
fui lembro q ficava ansiosa aguardando as notícias e sobretudo a resenha da comadre
(q ainda nem sonhava ser comadre) Joana D'arck. Emiliano José resgatando mais
uma página interessantíssima da nossa história
Joana D'arck: Nossa, comadre!
Você bem sabe o que significou pra mim esta experiência. Tão perto de Lula por
tanto tempo foi muito especial E ele sempre tão Lula de ser!
Joana D'arck: E essa narrativa
de Emiliano nos levando de volta às nossas vivências! Duas vezes sortudas
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Emiliano
José
Lula sendo Lula
Caravana
da Cidadania segue pelas águas do velho Chico.
Joana
D'arck olhava o rio, absorta, quando o barco para inesperadamente.
Descem
todos com água pelo meio da canela.
Coisas
do Lula.
Quer
saudar uma comunidade ribeirinha, nas redondezas de Gameleira da Lapa.
O
povo nas margens, doido pra ver seu ídolo de perto, trocar uns dois dedinhos de
prosa com ele, senti-lo de perto.
Acenam
acenam exibem toscos cartazes feitos à mão saudando o líder fazendo
reivindicações de emprego saúde educação melhoria de vida.
Lula
não passa batido.
Dá
ordem de parada.
Desce.
Anda
pela beira do rio, abraça, cumprimenta, aperta a mão de cada um, beija, uma
palavra com um, ouvidos atentos com outro, pergunta sobre a vida de um deles,
mergulho no meio do povo.
É
Lula.
Faz
rápido discurso e la nave va.
Poucos
repórteres, e apenas dos jornais do Sul: Estadão, Folha e Jornal do Brasil.
Da
imprensa baiana, somente fotógrafos.
Joana
confessa: dormir no barco não era fácil. Entre redes, colchonetes, roncos de
alguns, barulho ininterrupto do motor do barco.
Mas,
dorme.
O
cansaço e o sono vencem o estranhamento com o colchonete fino.
Rede,
nem pensar: a falta de costume provocava uma tontura da porra.
Jutahy
é surpreendido todo relaxado, espreguiçando-se, cabelos assanhados, cara
inchada ao acordar, visto através da janela de vidro de sua cabine.
Sorte
ter sido visto apenas por sua assessoria.
Escapou
de boa: não sairia bem na foto se flagrado por fotógrafos dos jornais.
Caravana
da Cidadania.
Por
isso, da igualdade.
Todos
comem a mesma comida, simples e saborosa preparada e servida pela mulher do
dono do barco.
Em
Ibotirama, houvera comício.
Em
Barra, não estava previsto.
Afinal,
era dia de jogo da Copa, Brasil e Holanda.
#MemóriasJornalismoEmiliano
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Joana D'arck: Lula sendo Lula
justo hoje, ele aqui entre nós, na Bahia. Mais uma vez me sinto privilegiada de
estar tão pertinho dele. Que legal Emiliano!
Lucia Correia Lima: Poxa vida:
"apenas fotógrafos". Somos apenas. Hoje até a preconceituosa FENAJ
chama de "jornalistas da imagem". Oxente
Mônica Bichara: Lucia, entendi q
ele se referiu à ausência dos repórteres de texto, das equipes completas
Mônica Bichara: Kkkkkk sorte de
quem não viu Jutahy relaxado afffffff
Joana D'arck: Quem viu, não
esquece Kkkkkkl
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Emiliano
José
15
de novembro 2019
O Brasil não
conhece o Brasil
O
Brasil ganhou da Holanda por 3 x 2 em 1994.
Mas,
Lula e comitiva não assistiram.
A
Caravana da Cidadania foi épica.
Pela
sua grandeza histórica.
Pela
revelação do Brasil profundo.
Revelação
de carências de toda natureza.
O
Brasil não conhece o Brasil.
Lula
dizia isso ontem em Salvador.
Falava
do desconhecimento da própria esquerda quanto à nossa história, especialmente
nossas revoltas populares, nossos heróis, sangue derramado.
Quando
pensou as caravanas, já o fazia com o espírito de conhecer de perto o Brasil,
descobri-lo, tirar tanta gente do manto do silêncio, do desconhecimento.
O
litoral, as cidades de modo especial, não sabem nada dos sertões.
Difícil
entender Conselheiro e seus milhares de seguidores doidos por igualdade e
justiça.
Lula,
sempre ele, falava sobre Conselheiro ontem, necessidade de revelar a grandeza
histórica daquele episódio.
De
passagem, noticio: amanhã estarei falando na Feira Literária de Uauá, berço da
primeira batalha da guerra contra o Conselheiro - uma derrota dos
conselheiristas a significar vitória, com os soldados saindo a correr de volta
a Juazeiro mortos de medo daquele exército maltrapilho de facões velhas
espingardas chuços foices cruzes e fé muita fé num mundo de onde jorraria leite
e mel.
Era
esse sertão, o rio, as margens, os caminhos, o território pisado navegado pela
Caravana, nova e desarmada Coluna Prestes a percorrer o Brasil.
Armada
somente de sonhos e esperança.
Não,
Lula não viu Brasil e Holanda.
Saíra
de Barra, ele e seus distintos companheiros de comitiva num ônibus dirigido por
Piolho, em direção a Xique-Xique.
Os
jornalistas foram de avião.
Piolho
era bom motorista - ai de quem pretendesse descobrir essa história de nome de
batismo.
Andava
por estradas intransitáveis.
Com
ele, transitava.
O
ônibus rodava a passo de tartaruga.
Solavanco
atrás de solavanco.
Chegados
a Xique-Xique, ainda há tempo de fazer um comício.
Joana
D'arck se deliciou com o bom humor de Lula contando a aventura da viagem, a
habilidade de Piolho, todos obrigados a se segurar nas barras dos assentos para
não cair com a solavancagem.
Bom
humor acompanhado sempre de ácidas críticas ao governo, cuja política
abandonava o povo do sertão ao deus-dará, como se tivesse raiva do Nordeste.
Lula
sendo Lula.
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Jose Alcino Alcino: Companheiro,
conte mais. Nossos castelos estão cheios de cegos.
Emiliano José: Devagarinho,
vamos contando. Com o pouco que sei.
Dirceu Regis: A sua prosa,
Emiliano, fica cada vez mais atraente. Relatos históricos que traduzem
ensinamentos.
Emiliano José: Brigadão, velho
companheiro!
Joana D'arck: Interessante
esse link da experiência de Lula com a Caravana buscando conhecer a realidade
da população e a sua ânsia de conhecer a nossa história. Lula é o cara!
Pedro Moraes: Perfeito
Mestre!!
Joana
D'arck: Me lembrei de vcs Mônica Bichara Jadson Oliveira Carmela Talento Deta
Almeida Alberto Freitas Simoa Borba Elcie Quadros Denise Quadros Sousa Socorro
Araújo Kardé Mourão Jaciara Santos Isabel Santos Elieser Cesar Borega Melo
Joana Vitória
Wellington José: Muito bem
Professor Emiliano.
Mônica Bichara: Maravilha essa
coincidência das memórias de Joana D'arck com o evento dele ontem em Salvador,
vcs juntos acompanhando tb lula rememorando. Olha Socorro Araújo, vc que está
em Canudos, Emiliano José estará amanhã aí nas suas bandas, Feira literária de
Uauá. Vai lá e escreve pro Pilha (Né Joana D'arck?)
Joana D'arck: Mônica Bichara Isso
mesmo. Seria uma honra essa sua contribuição (Socorro Araújo) pro nosso blog!
Socorro Araújo: Uauá não é muito
perto não. Pra quem não tem carro é meio complicado. Quinta começa a daqui. Vou
ver se fico.
Mônica Bichara: pena, ia ser
massa. vai pra de Canudos, Emiliano José¿
Isabel Santos: Realmente,
Mônica Bichara. Muito legal quando coincidem as memórias dessa série de
Emiliano José. A vida em espiral. Que bom, Jô (Joana D'arck) esse contato de
pertinho com o aguerrido Lula.
Emiliano José: Mônica Bichara
Sem condição. Falamos amanhã, eu e Franklin Martins. Volto domingo. Beijo
Iara Dourado: A arte de viver
a caminhar pelo BraSil braSileiro. O BraSil com S, dos Solavancos, da
Solidariedade dos Sertões e seus Sinos a nos acordar! Bem diverso do BreZew do
BRaZil com Zzzzz..." dormia a nossa Pátria mãe tão distraída, sem perceber
que era subTRAÍDA em tenebrosas transações"(...) o BraZil com Z é
mesquinho e por isso não conhece o BraSil com S dos Sertões e da Solidariedade.
Emiliano
és inspiraMor!
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Protesto contra o golpe do legislativo que destituiu a presidente Dilma |
Emiliano
José
16
de novembro 2019
O sertão vai virar
mar
Joana
D'arck e Mônica Bichara falavam ontem da coincidência: dia anterior publicava
texto sobre a Caravana da Cidadania de 1994 e Lula estava na Bahia depois de
580 dias de uma prisão arbitrária.
Ontem,
continuei a falar sobre a participação de Joana na Caravana e sobre o discurso
de Lula no encontro de Salvador, onde dizia da nossa ignorância sobre as lutas
populares.
Acasos?
Ou
encontros?
E
para completar ontem mesmo arribei pro sertão.
O
sertão vai virar mar.
O
mar vai virar sertão.
Estou
no sertão do Conselheiro.
Gosto
da ideia ser tão de luta.
Estou
em Uauá.
Feira
Literária - Fliu.
Nessas
paragens, conheci muita gente.
Difícil
citar nomes.
Mas,
inevitável, esquecendo muitos que seja.
Faço
mais pelos sentimentos, amizade.
Menos
pela política estrito senso.
Desde
Tucano, onde encontrei Waldemar Gertner.
E
Monte Santo e Yolanda e Vanda e padre Enoque.
E
Uauá e Pedro Peixinho e Valdivino e Lindomar, prefeito hoje.
De
Uauá, também a querida Dorinha.
Dorinha
da CUT.
Como
um bode assado na casa dela hoje à noite.
Já
me convidou.
Aceitei.
Gente
hospitaleira, essa de Uauá.
Hóspede
de Lúcia Cardoso.
Franklin
Martins e Paulo Lins, também.
Pense
numa anfitriã acolhedora.
Nossa!
De
deixar qualquer um à vontade.
Periga
voltar.
São
terras da guerra do fim do mundo.
Uauá
em especial.
Cenário
da primeira batalha das forças da República contra os homens do Conselheiro, em
novembro de 1896.
Batalha
retratada de forma magistral por Euclides da Cunha em "Os Sertões".
Quem
não quiser ler o livro todo, preciosidade, pode ir atrás apenas dessa batalha.
Vale
a pena.
Divido
mesa hoje com o grande Franklin Martins.
Discutiremos
cultura e política.
Antes,
assisto Paulo Lins, autor do livro "Cidade de Deus" e sua visão sobre
o Rio e favela.
Depois
conto.
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Joana D'arck: Esse bode aí me
deixou na vontade! Povo bom e hospitaleiro, o sertanejo tem o seu jeito
próprio, de resistência e coragem, mas de muitas gentilezas também. Aproveite
esse aconchego Emiliano! Legal você participar dessa mesa, tem muito o que
contribuir para um bom debate.
Emiliano José: Joana D'arck
acabei de almoçar uma galinha caipira. À noite, bode. Sem querer causar
inveja...
Mônica Bichara: ... mas já
causando...
Áquila Emanuelle: Lindomar De
Abreu Dantas
Lindomar De Abreu Dantas: Gratidão, mestre
Emiliano José!!!
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Caravana da Cidadania |
Emiliano
José
18
de novembro 2019
Bofes pra fora
As
caravanas foram uma aventura.
Ou
várias.
Lula,
sempre arrastando multidões.
Em
Bom Jesus da Lapa, os dirigentes decretaram: aqui não tem comício, é dia de
jogo do Brasil, e não vai dar gente.
Fazer
uma rápida visita ao famoso Santuário da cidade, e ganhar o rio.
Visitar
a gruta, como costuma ser chamado o Santuário, é quase uma obrigação para quem
vai a Lapa, religioso ou não.
A
cidade é palco da mais antiga romaria católica do País, nascida há 328 anos.
Atualmente,
a terceira do País, perdendo apenas em número de fiéis para a de Aparecida do
Norte em São Paulo e a de padre Cícero, em Juazeiro do Norte, no Ceará.
Neste
ano de 2019, Lapa recebeu em torno de 600 mil fiéis.
Os
dirigentes da Caravana estavam enganados.
Juntou
gente.
O
povo queria ouvir Lula.
Com
jogo de seleção e tudo.
Foi
um puxa-estica danado, gente pressionando, Lula não passaria por lá sem dar uma
palavra ao povo.
O
comício aconteceu.
E
o povo delirou.
Dali,
a Caravana seguia para Remanso.
O
avião partiu mais cedo de acordo com exigências de voo.
Sérgio
Gaudenzi, coordenador da campanha, decidiu então embarcar a equipe de
jornalistas no voo para Remanso.
A
chapa majoritária ficaria para o comício.
Seguiria
pelo rio.
O
barco enfrentou forte tempestade no trajeto à noite, um sacolejo dos diabos.
No
reencontro, os jornalistas ouviam as histórias da noite de tempestade, as
dificuldades da travessia, enjoo, ânsias de vômito.
Elieser
Cesar, um dos integrantes da equipe de jornalistas, inocentemente, ou não,
pergunta ao frei Leonardo Boff, uma das personalidades da Caravana:
-
Como está se sentindo, frei?
Bem
humorado, o religioso responde:
-
Foi tudo um horror! Quase boto meu sobrenome pra fora!
-
Como não se encantar com esse religioso? - indaga Joana D'arck. #MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Carla
França: 😂😂
Joana D'arck: Lembram disso
Elieser Cesar e Silvia Araújo? A gente dava duro, mas se divertia.
Elieser Cesar: À beça. Como
esquecer, Joaninha? Aliás, a pergunta que fiz ao Boff não foi inocente, mas
capciosa mesmo. Intui que ele quase havia botado os bofes pra fora. Muito simpático
o Leonardo.
Joana D'arck: Uma simpatia
mesmo. E espirituoso.
Mônica Bichara: Só a presença do
Frei Leonardo Boff já valeria a aventura. Aprendizagem e diversão garantidas.
Com Lula junto então.....essa caravana sozinha dá um livro
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Matéria de Joana premiada pela ABI |
Emiliano
José
19
de novembro 2019
Fiscal do Sarney
Joana
D'arck andava impressionada com o Plano Cruzado.
Governo
Sarney.
Mercado
andava incomodado.
Filas
por tudo quanto é canto.
Época
dos "fiscais do Sarney".
Ela,
no finzinho do curso de Jornalismo.
Chega
no "Correio da Bahia", onde trabalhava, e recebe a pauta: cobrir
aquelas filas, saber das coisas, ouvir autoridades e a população.
Saiu
toda serelepe, dá boa matéria.
O
pauteiro tinha uma preocupação especial: as filas à busca do leite nos
supermercados.
Leite
das crianças.
Penosa
tarefa das mães.
E
de alguns pais.
O
congelamento de preços provocou escassez do produto.
Capitalistas
não gostam de regulação.
Leite
e carne, os produtos mais afetados.
Ouvir
mães, pais e depois a direção da Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal),
cujo diretor, Francisco Alexandria, minimiza a questão das filas, mas, com
naturalidade, como se dissesse uma trivialidade, diz:
-
O problema é que a indústria do leite, principalmente a Nestlé, não está
colocando a mercadoria no mercado. O governo deve adotar providências para
acabar com o boicote.
Joana
havia caprichado nas entrevistas com populares nas filas: uma queixa geral
quanto à qualidade do leite disponibilizado como estoque regulador de modo a
forçar o reaparecimento do produto.
A
reclamação iam de "aguado" a "fraco demais".
Chegava
a provocar diarreia nas crianças, nas queixas mais duras.
Joana
condoída, cheia de compaixão, quase tomada pelo espírito de Irmã Dulce, pensava
nas mães atormentadas, no sofrimento das crianças, até em Cristo pensou: deixai
vir a mim as criancinhas...
Sentou,
pensou, imaginou o diabo do lead, abertura da matéria, tormento de qualquer
repórter, e danou-se a escrever, descobrira o rumo, tinha certeza...
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Joana D'arck: Ai, ai Emiliano,
já tô aqui morrendo de rir de mim mesma! Com essa de quase Irmã Dulce eu caí em
boca de Matilde! kkkkkkk
Nadya Argôlo: Joana D'arck
muito bom termos a oportunidade de relembrar as pérolas do nosso jornalismo
diário...
Joaquim Lisboa Neto: Francisco
Alexandria, o combativo jornalista, que eu saiba foi diretor da Cobal. Votei
nele pra deputado federal em 1978. Vendi uns 50 exemplares do Dom Carlos
Corleone em Santa Maria.
Emiliano José: Kinkas, estava
achando alguma coisa errada. Acho que você tem razão. Vou ver com Joana D'arck.
Obrigado
Joaquim Lisboa Neto: Ebal > João
Durval > ACM... Alexandria na diretoria? Nunca-se!, como diz um amigo meu
depois de uma overdose de cerveja na Sambaíba.
Emiliano José: Não orna, como
diz o povo
Joana D'arck: tem razão, era
Cobal. Falha nossa!😬🤗
Joaquim Lisboa Neto: Ele andou por
aqui em 1985 ou 6 visitando várias filiais da Cobal na Serra do Ramalho e em
Santa Maria. Corremos trecho juntos. Grande amigo que perdi.
Emiliano José: Falei com ela.
Você ajudou muito. Já corrigi. Nosso homem em Havana.. Ô, em Santa Maria da
Vitória
Emiliano José: Maravilhosa
figura explosiva... Estive muitas vezes com ele. Fui acompanhando informações
de Joana. Essas confusões são comuns. Hoje mais fáceis de corrigir. Tenho correspondentes
pela Bahia afora... Brigadão, grande Kinkas.
Joaquim Lisboa Neto: Em Havana no
pensamento, sempre...
Joaquim Lisboa Neto: Correspondentes
privilegiados, soube semear e fazer frutificar por essa Bahia de extremo a
extremo. Abração, estimado camarada!
Joaquim Lisboa Neto: Fui, dentre
outras razões, por ele -Alexandria- ser incendiário e panfletário que decidi é
com esse que eu vou pra CD e Leonelli pra Alba em 78.
Mônica Bichara: Boicote pra
aumentar o preço do leite é uma sacanagem....Grande Alexandria, teve uma morte
tão estranha que até hoje nunca foi esclarecida. Envenenamento????
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Assessorando o deputado estadual Zé Raimundo |
Emiliano
José
20
de Novembro 2019
Cu de foca
Pois
é: nossa Joana D'arck deixou a armadura ancestral de lado, simbolismo emprestado
ao seu nome, vestiu as sandálias, incorporou o espírito de Irmã Dulce, e com
isso psicografou o lead.
O
que, quem, onde, como e por quê dela, as perguntas a serem respondidas num
lead, giraram em torno do sofrimento das mães nas filas para garantir o leite
das criancinhas.
Da
angústia delas em ver os filhos com diarreia
por
conta do leite fraco.
Psicografado
assim, um lead emocional, baseado nos fatos, pensou: arrasei.
E
nem precisava revelar a ajuda prestimosa da santa.
Entregou
ao chefe Muricy toda faceira.
Dia
seguinte, antes de ler o jornal, é chamada pelo chefe de reportagem, e só então
veio a sentir na pele a real dimensão da expressão "cu de foca" -
sentir na pele é modo de dizer, não me entendam mal.
Muricy
pede:
-
Sente-se.
Sem
nenhuma arrogância.
Ela,
desconfiada.
Pensando:
será, será mesmo?
Será
dessa vez o abandono?
Irmã
Dulce me desamparou?
É
despertada de suas solitárias indagações por uma pergunta entre inocente e
capciosa do chefe:
-
Você é mãe?
Não
atina.
Qual
a razão da pergunta?
De
qualquer modo, responde, taxativa, mas esperando rebordosa:
-
Não!
Muricy,
zombeteiro, replica:
-
Logo vi!
Como
assim, quase fala, queria compreender, mas o chefe não deu tempo pra ela
articular palavra:
-
Você é muito jovem e não é mãe para saber de uma coisa que qualquer mãe domina:
leite fraco não dá dor de barriga, não provoca diarreia.
Joana
sem graça, constrangida.
Pede:
-
Se aproxime!
Ela
arrasta a cadeira, chega mais perto, ele exibe o texto dela e o outro,
reescrito pelo redator, publicado com destaque sob o título "Presidente da
Cobal acusa Nestlé de boicotar o cruzado".
Caiu
a ficha: Alexandria havia lhe dado de bandeja um puta lead e ela passou batido.
Impressionou-se
com mães e criancinhas, foi pedir ajuda à santa, não prestou atenção devida na
força da denúncia do presidente da Cobal, e dançou.
Muricy
ao final, paternal, aconselhou:
-
Leia muito, minha filha! Leia sempre. Acompanhe os fatos. Pesquise a pauta
antes de sair pra rua, pesquise mais se não tiver conhecimento do assunto.
Experiência
e tanto.
Saber
o que é uma "chamada no saco".
E
como dito no início: sacar também o significado da expressão "cu de
foca".
A
vida é dura.
Como
é.
Mas,
é bela.
#MemóriasJornalismoEmiliano
COMENTÁRIOS
Joana D'arck: Moço, lembrar essa
história ainda me provoca risos. Na hora não teve graça nenhuma, fiquei
abalada. Mas me deu uma sacudida legal e passei a desconfiar do que o povo
fala. E o povo fala pelos cotovelos😂 😂😂
Emiliano José: Joana D'arck Já
pode editar no Pilha. Amanhã, inicio Carmela. Tem é mulher, viu?
Joana D'arck: Oba! Lá vem
minha ídola! Bem vinda Carmelinha!
Joana D'arck: Emiliano José O
mulheriu vai comer o seu juízo!
Emiliano José: É um risco...
Emiliano José: Que corro com
gosto...
Emiliano José: Se perder o
juízo, é por boa causa
Mônica Bichara: Emiliano José é
uma ordem, Pilha no forno
Mônica Bichara: Esse causo é
ótimo, contado assim então.....mas qual jornalista não passou por isso, avaliar
o lead com o coração? E ele tava ali, de bandeja kkkkkkk Mas a foca cresceu e
apareceu. Ansiosa agora pelas histórias de Carmelinha
--------------------------------------------------
Causando inveja com Emiliano, aguardando a chegada de Lula depois de solto, no Wshi Hotel da Bahia -14/11/2019 |
(O núcleo da imensa família Cunha Santos) |
A filha, Nana, na luta com a mãe no protesto contra a candidatura do retrocesso |
Com o senador Jaques Wagner em protesto contra o golpe |
As comadres e os compadres em protesto nas ruas: Jô, eu, Kardé, Isabel, Jadon, Délio , Sinval e Deta |
(Sessão em homenagem aos 50 anos da Tribuna da Bahia, com Walter Pinheiro e Neuzinha)
(Essa irmandade tem que estar em todas - não estou chorando não, gente, é a luz nos zóio) |
Nós de novo, com a colega e amiga Socorro Araújo |
No protesto #EleNão, com Carmela Talento |
Nossa blogueirinha do pilha entrevistando o global José de Abreu |
Com Paulo Henrique Amorim, representando o Pilha no Congresso de Blogueiros, em São Paulo (2014) |
Com Luís Nassif |
Reencontro de baianos em Congresso de Blogueiros: nossa pilha com Leandro Fortes e Jadson |
Em sessão comemorativa dos 50 anos da Tribuna da Bahia, com os colegas Alberto Freitas e João Leite(João Plim plim) |
Coquetel do Sindae, com minha irmã, Ilka. Ao lado de Joana, o colega Nelson Rio e de perfil a Isana Pontes |
As jornalistas Lúcia Ferreira e Clarissa Amaral, no chá de bebê da comadre |
Sempre juntas, no protesto ou na farra. Concha Acústica |
Quem protesta com essa alegria toda? |
Com afilhada e filha em manifestação |
Nossa comadres Isabel, Iracema e Jaciara |
Protesto no cortejo do 2 de Julho contra a cassação do diploma de jornalista 2011 |
Protesto em família(mais minha no caso): a cunhada Célia e minha irmã, Ilka, minha filha Liz, Délio, meu irmão Léo e Aninha lá no fundo |
Empunhando a bandeira #LulaLivre no cortejo do 2 de Julho de 2019 |
(2 de Julho - Mídia4P) |
(Eleição do Sinjorba 2019) |
Com essa comadre e cunhada nossa família ficou enorme. Tem até ingleses. |
Com a deputada Lídice da Mata |
Adilson Borges entre as comadres |
Outra parte da família |
Elieser César com as comadres |
Batizado de Pietro, que é sobrinho meu e de Jô e neto de Carmela |
De crachá e tudo botando pilha na ALBA |
Olha a pilha! |
A comadre toda feliz com a formatura de Nana no ensino médio |
Lançamento do livro Ingresia, do seu Franciel Cruz |
#LulaLivre no Pelô |
Ela protesta com estilo |
Olha aí Emiliano José entre nós |
Olha a pose da criatura no sofá. |
Com Sinval e Eliese César na posse do Sinjorba (2019 |
Com Aninha, Hugo, Nana e Liz na festa de Iemanjá |
Nós aí no show de Raimundo Lima, "Surpreendente" |
(Cortejo-lançamento do Ingresia, com Franciel e Graça Azevedo) |
(Cortejo-lançamento do Ingresia, com Franciel e Graça Azevedo) |
(Aniversário de França, com Olívia Santana) |
(As caretas de Sinval pra foto não podem faltar) |
(2 de Fevereiro 2019, salve Yemanjá) |
De "Pedrita", desde pequena é exibida |
Veja mais #MemóriasJornalismoEmiliano aqui:
*Também no Facebook #MemóriasJornalismoEmiliano agora com Carmela Talento, que ao final vem aqui pro Pilha.
PS: O jornalista e escritor Emiliano José é autor de vários livros entre eles, "Galeria F lembrança do Mar Cinzento", "As Asas Invisíveis do Padre Renzo", Carlos Marighella, Lamarca e mais recentemente a biografia de Waldir Pires. Nesta série que está publicando em sua página no Facebook e que estamos reproduzindo aqui no Pilha.
** A homenagem de Elieser César que inspirou emiliano
Ai, ai...sei nem o que dizer! Depois de virar PERSONAGEM de Emiliano ganhar um post deste, uma abertura dessa da minha comadre, amiga, irmã e cunhada, colega e testemunha de tantos desses momentos é pra ficar besta ou não é? Tô aqui só me achando!
ResponderExcluir~Pura emoção, né Jô?. Também uma linda e retada trajetória profissional, criativa e gostosamente contada pelo nosso querido Emiliano José, com uma também linda e mágica edição da nossa irmã Monca Bichara. Parabéns. E viva #MemóriasJornalismoEmiliano.
ResponderExcluirBeijão, e siga em frente.
ResponderExcluirAgradeço muito o incentivo e as palavras carinhosas, mas não está assinado. Quem fala?
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