O jornalismo: entre o partidarismo e a boemia

Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos (1861-1865)
Reproduzido do blog Evidentemente:

Quem diria!? A imorredoura frase do presidente Abraham Lincoln, há 150 anos atrás, falando do “governo do povo, pelo povo e para o povo”, foi considerada na época um “comentário estúpido” por um jornal estadunidense (ou por jornalistas daquele jornal, o que vem a dar no mesmo).

Veja aí, vou traduzir na íntegra a notinha da primeira página do jornal argentino Página/12, edição de 15/11/2013, com o título: “Desculpas”:


“O diário Patriot News é publicado em Harrisburg, Pennsylvania. Em 19 de novembro de 1863, o então presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, visitou o povoado vizinho de Gettysburg. Ali pronunciou um discurso que se transformou num dos mais emblemáticos da história de seu país, no qual, entre outras coisas, disse a famosa frase “o governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecerá da face da Terra”. No dia seguinte, o Patriot News qualificou o discurso como “comentários estúpidos” que “mereciam cair no esquecimento”. Ontem (14/novembro), 150 anos depois, o jornal pediu desculpas a seus leitores e atribuiu seu “erro” à “influência do partidarismo ou do muito beber, como era habitual na profissão naqueles tempos”.


Tenho duas observações:


1 – Mais uma preciosidade histórica neste meu blog: ontem postei a manchete da capa do jornal brasileiro O Globo, de 51 anos atrás, contra o governo do presidente João Goulart, o popular Jango: “Considerado desastroso para o país um 13º. mês de salário” (reproduzido do blog Viomundo). Aí foi somente partidarismo, que continua até hoje, sempre, coerentemente, contra tudo o que venha a beneficiar o povo mais pobre.


2 – Aproveito para deixar consignado um abraço saudoso aos companheiros e companheiras de redação e de boemia – pra não dizer bebedeiras – do jornal baiano Tribuna da Bahia, no período de 1984-1995. Bons tempos de “muito beber”.

Comentários

  1. "De muito beber' temos muitas pérolas da nossa Tribuna, as melhores, felizmente, nas rodas de conversa de bar.

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