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O velho seresteiro Tony Lélis (Antonio de Oliveira Lélis Neto) |
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Carlão, produtor cultural da região (ao fundo, de camisa vermelha, seu irmão João) |
Não há
mais “aquela” Carinhanha, como não há mais “aquele” Jadson, passou, passamos...
Por Jadson Oliveira
Quarenta
e seis anos depois, reencontrei Carinhanha, lá na beira do Rio São Francisco,
no sudoeste da Bahia, perto dos limites com Minas: Manga, Januária, Montes
Claros... Não era mais “a” Carinhanha de 1968, na qual um jovem rapaz de 23
anos passou rapidinho, naquela Carinhanha da evocação “conservadora” do velho e
incansável seresteiro Tony Lélis: “Esse negócio de progresso, não sei não...
prefiro que minha Carinhanha fique assim mesmo, pequena, atrasada, minha”.
Foi mais
ou menos assim, né Tony? Mas como diz uma canção por aí - já que mencionei Tony
Lélis, com sua cultura musical recheando tudo que é conversa -, “mas tudo
passa, tudo passa...” A Carinhanha passa, nós passamos, espiei os becos, a
pracinha “principal”, o cais dum São Francisco retraído, reconheci pouquíssimas
pessoas, não identifiquei a casa onde moravam os adoráveis Dr. Barral e dona
Madalena, com seus 11 filhos, não fui ao Pontal lá do Rio Carinhanha, de onde
guardo tocantes lembranças.
Reencontrei
uma bela mulher, Neuza, que conheci uma afoita menina, conheci o Bar de Seny
(depois de “maduro” – desculpem o eufemismo, Vaninha, de Érico, usou um termo
mais realista (e cruel): “bagaço” – os bares se tornaram importantes na minha
vida, já disse uma vez, talvez poeticamente, que “meu bar é a cidade”. Pra
completar, no muro defronte ao Bar de Seny está pichado: “Viva a Revolução”).
Não há
mais “aquela” Carinhanha, como não há mais “aquele” Jadson, passou, passamos,
repeti umas 40 vezes: “Pois é, trabalhei
aqui durante todo o ano de 1968, no antigo Baneb, era ‘subgerente’, trabalhei
com Carlos (professor Carlinhos) Menezes Lima de gerente, Plínio (que andava
pela cidade, vinha do “Alto”, de charrete), Érico e Miranda...” E respondia:
“Não, Zé Pinto não foi de meu tempo; não, Neilton entrou no banco depois que
fui embora...”
Às vezes
ciceroneado por Yê Yê, a infatigável Yê Yê, que não me esqueceu!, a me falar todo
o tempo de seu líder político Piau, a me reapresentar antigas conhecidas e
antigas namoradas de Miranda, meu parceiro de farras, de pensão e de
“república”. “E Miranda por onde anda? Nunca mais vi, soube que é hoje um
abastado fazendeiro em Geremoabo, tudo que ele sonhava”.
Me
desculpem (outra vez), eu devia mostrar apenas as fotos do sarau do Carlão,
produtor cultural daquelas bandas, mas comecei os devaneios, isso é coisa de
velho, “afasta de mim esse cálice”, VPP!, expressão que adoro, mas só os mais
íntimos vão entender. Vamos em frente, rompendo a vida.
Pra
encerrar logo e editar as fotos: aviso que para o bem ou para o mal, é tudo
culpa de Tony Lélis (cara de viajandão, filho de Senhor, o Bom, e pai de
Cynara, Cibele e Daniela), o Tony, uma das paixões de minha vida.
O sarau
foi junto do Bar do Zé Botinha (6º. Encontro dos Amigos do Bar de Zé Botinha),
no domingo, dia 20/julho, logo em seguida aos dois dias da festança “das águas
e dos amigos”, festa tradicional da cidade.
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Tony Lélis cantando músicas românticas, acompanhado no violão por Vavá (Magnovaldo Alves Cunha) |
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Zeca Bahia (José Ramos Santos), compositor conhecido nacionalmente (sua música de maior sucesso é "Porto Solidão", gravada por Jessé, Altemar Dutra e Daniel) |
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Cevisa (Célio Vieira Santos), de Bom Jesus da Lapa, conhecido também como Promessa de Cera (lançou recentemente o CD "Cordéis, Maracatus e Baião") |
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Vavá |
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Letícia Alkmin |
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Na percussão, Missinho (Edmilson Rodrigues Félix) |
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Socorro Matta (à direita) |
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Luiz Carlos, irmão de Tony (à direita) |
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À direita, Neuza (encontrei no sarau com Chicório e perguntei a ele por uma menina que conheci chamada Neuza, "acho que era sua filha"; ele me corrigiu, "não, é minha sobrinha" e apontou para uma mesa próxima) |
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Gabriel, filho de Cynara, posando ao lado do palco quando cantava seu avô, Tony Lélis |
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Yê Yê (Consuelo Lélis), à esquerda |
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Cynara (no centro e na foto abaixo), filha de Tony, com o filho Gabriel e amigas |
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Moacir, outro irmão de Tony Lélis, com amigas na área do serviço de tira-gostos |
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O dono do Bar do Botinha (Tony o chama de "Mum" - é isso mesmo?) |
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Mais uma do Tony (Só dá Tony Lélis nesta reportagem!) |
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O empresário Marcelo Coimbra, o dirigente petista Jonas Paulo e o cantor e compositor Cevisa (Promessa de Cera) |
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